Conselho

As desgraças dos directores nacionais da Polícia Judiciária ao longo dos últimos anos, desde o Dr. Mário Mendes ao Dr. Adelino Salvado, passando pelos entretantos, resultaram do facto de não se ter concebido uma estrutura directiva com uma sólida coesão funcional.

Desiganava-se o director nacional e os restantes elementos da direcção arregimentavam-se, muitas vezes a meia dúzia de minutos da posse, em obediência a equilíbrios corporativos ou em consonância com as informações de uns amigos.

A precipitação é má conselheira, mesmo quando se trata da nomeação de um director nacional da Polícia Judiciária. O Dr. Aguiar Branco deve saber disso. Será, pois, preferível anunciá-lo quando tiver uma equipa coesa e com a lição bem estudada.

Este não foi um problema que o novo ministro da Justiça antevisse, mas direitos espera que a solução seja encontrada por ele de modo a que, no futuro, para o bem e para o mal, a escolha lhe seja imputável e não desculpável.

in Direitos

N.A. Embora tenhamos mantido o texto original de que sublinhamos a refinada ironia é óbvio e patente que a sugestão acima se dirige essencialmente ao Dr. Fernando Negrão e ao Primeiro-Ministro...

Publicado por Manuel 02:56:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Et voilá... a coesão está à vista.
    Lá foi mais uma vez a escolha feita à pressa, sem tranquilidade, sem sequer saber o que "a casa gasta".
    Estou plenamente convencido que o Exm.º Sr. Ministro da Justiça não sabe sequer quantas Directorias e Departamentos de Investigação Criminal existem, quais as carências operacionais e administrativas... e o mais problemático é que no anunciado Programa do XVI Governo Constitucional se prevê a criação de "novos juízos ou secções extraordinárias", recrutamento e formação de novos magistrados, instalação de assessorias técnicas e secretariados, formação contínua dos técnicos de justiça, informatização das conservatórias, prioridade ao sistema prisional, adequação do Instituto de Reinserção Social com os tribunais e sobre a Polícia Judiciária e as suas carências e deficiências... NADA!
    Sr. Ministro, esteja atento, inclusive à Lei Orgânica da Polícia Judiciária, pelas indefinições de determinadas carreiras - que roçam ou entram até na ilegalidade - e consequentes injustiças, pelo problema do trabalho suplementar, pelo problema das comissões de serviço, entre outros... e seria óptimo que durante a conversa informal com o potencial Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária o mantivesse a par destes casos que, até à data, têm sido negligenciados e preteridos em relação a outros operadores judiciários e mesmo a órgãos de polícia criminal de outros ministérios.
    Vamos ver se é desta que a casa se arruma de vez ou se se vai continuar a tapar o sol com a peneira e a fugir às responsabilidades institucionais como até agora.

    Magister dixit

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