Casa Pia - Uma questão de fé?
domingo, agosto 08, 2004
Informação, contra-informação, mais contra-informação. Tudo se dilui para que as verdades se confundam com as mentiras.
Qual é a verdade? Eu não sei.
Por mais que escreva o Manuel, Ana Gomes ou escreva um qualquer anónimo (ver comentários dos últimos post sobre a casa pia) acrescenta-se ruído. És do Benfica ou do Sporting? É o que sobra "nesta altura do campeonato". Goste-se ou não é assim que estamos.
Só teremos uma esperança mínima de justiça se ela for praticada por justos e se estes conseguirem anular as baterias de fumo quando tiverem que decidir, venham elas de onde vierem.
Entretanto, aos justos que assistem não lhes espera menor tarefa - a de não se deixarem intoxicar por tudo o que lhes/nos dão a comer.
Pela minha parte, este constante "avisar para o que aí vem" e a inevitável e instantânea dualidade de interpretações da informação/contra-informação é já um mau serviço, a menos que acreditem que há ainda quem esteja em condições de "ver a luz", de se juntar ao mundo dos que tentam cultivar uma consciência crítica.
Mas será que isso se consegue desta forma?
Nuvens, nuvens, nuvens!
Publicado por Rui MCB 00:20:00
A menos que se recuse os factos e prefira acreditar que se vive numa República das Bananas onde a justiça é a mais complta fantasia.
Acredito que haja quem deseje transmitir essa ideia. Como também acredito que a dita justiça seja manipulada dentro do que é possível manipular. Agora que o Caso Casa Pia é ficção ninguém com o mínimo de boa fé é capaz de o afirmar.
Que este caso lhe mexa com as tripas pelo abjecto que contem é outra coisa...
Como tmbém não percebo o que quer dizer com as nuvens... nuvens.
Mas isto sou eu que tenho a mania de falas curtas e cabeça fria...
santa ingenuidade! uma coisa é o sistema funcionar mais ou menos homogeneamente mal outra bem diferente é ter um funcionamento selectivo.
Quanto à questão da prisão preventiva é óbvio que está mal, muito mal. Aliás já aqui se escreveu em tempos que o problema só se resolve quando se repensar a sério e sem tabús o método de abordagem e "combate" ao uso de drogas (leves e pesadas)...
Os que não são ingénuos já não o são neste momento, os outros continuarão o seu caminho emprenhando com o que quiserem. Tenho é dúvidas se os "indecisos" gostarão de batalhar pela justiça com o contínuo presenciar de uma batalha campal. E não sei se servirá de apoio a quem terá de decidir. E esse alguém para todos os efeitos não sou eu, nem deverei ser.
Havemos de fazer algum balanço do processo e dos seus actores no devido tempo. Algums ilações colaterais já estão a ser tiradas quanto ao segredo de justiça por exemplo. Serão as melhores? Ora aí está um debate em aberto. E útil. QUe dirá o Sócrates sobre a proposta de lei relativa aos jornalistas e ao seu trabalho com a possibilidade de serem coajidos s divulgar fontes?
No caso concreto destas declarações gravadas o que é que elas nos deverão interessar? Zip! Nicles!
Temos mais um fait divers e seja qual for o sub-produto que aí vier eu só tenho de o ignorar. Não deverei ser eu a escrutiná-lo via jornais.
Saber os quês e porquês desta mini-história dentro da história com provas irrefutáveis e proceder à sua divulgação já seria interessante. Mas adivinho tarefa difícil. De qualquermodo, é desse tipo de ataques e apenas desses que precisamos para prestar um serviço à justiça deste e de futuros processos.
Ir além disso, tomar partido, é campo minado e não honra o Estado de Direito. Para mais já se criou a dúvida razoável para o comum cidadão ficar na dúvida quanto aos objectivos de uma manipulação: é dos próprios ou dos outros que querem parecer que seja dos próprios interessados?