XVI Governo Constitucional
Bem - Vindos
domingo, julho 18, 2004
Às 17.00 horas de ontem, em pleno Palácio Nacional da Ajuda, tomou posse o XVI Governo Constitucional da República Portuguesa. Liderado por Pedro Santana Lopes, líder do PSD, e em coligação com o CDS/PP, este governo, terá nos próximos dois anos, alguns desafios que poderão, no caso de serem superados, contribuir para o engrandecer do desenvolvimento do país.
Muito se falou, sobretudo pela forma e pela falta de coragem demonstrada por Jorge Sampaio em não dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas. Muitos à direita acharam que Sampaio fez um favor ao País e que se conheceu um novo presidente. Exactamente aqueles que sempre que Sampaio falava na televisão naquele seu jeito monocórdico e sem acrescentar nada de novo, o criticavam veementemente, e achavam que ele se encontrava ao serviço da esquerda residente no Largo do Rato em Lisboa.
Hoje, o pensamento incoerente desses mesmos, que se encontram politicamente ao centro ou a direita, faz com que uma decisão ou ausência dela por parte de Sampaio tenha transformado,um presidente ausente e sem sentido de Estado, num outro com coragem e que preza a estabilidade política. A verdade é que Sampaio pelas razões sobejamente desconhecidas continuará a ser o mesmo presidente de sempre, ainda que se tenha refugiado no direito de controleiro do Governo de Santana Lopes, tornando-se ambos mutuamente reféns.
Mas, dizia no príncipio, independentemente de gostarmos do rumo que as coisas levaram ou não, devemos por respeito mas acima de tudo por devermos achar que acima das lutas pessoais e políticas se encontra algo muitas vezes esquecido e poucas vezes colocado na ordem inversa das prioridades - Portugal.
Não gosto do estilo de Pedro Santana Lopes, não gosto de alguns ministros, mas eles não estão lá para me agradarem a mim ou a si, mas sim para agradarem a 10 milhões de cidadãos que moram em Portugal. Agradarem, transformando um país letárgico num país dinâmico, colocando para trás os interesses pessoais e servindo a política, não se servindo dela. Não gosto igualmente da coligação e acho que ela só prejudica quer o PPD/PSD, quer por inerência a governação de Portugal. Não gostei da forma apressada como foram convidados alguns ministros e cozinhado o Governo, comprovado até pela reacção de Paulo Portas ao saber em plena tomada de posse que tutelava os Assuntos do Mar. Bem sei que é difícil e não faltará muito tempo para algum ministro por a "pata na poça", por achar que a promiscuidade e as incompatibilidades são males menores, quando se está sentado na cadeira do poder.
Não é assim, mas e porque certamente muitas vezes poderei aqui criticar as medidas do XVI Governo Constitucional, faço naturalmente votos que eles - XVI Governo Constitucional - consigam dar os passos em frente em prol do país. Mesmo não gostando deles, mesmo não gostando da forma como lá chegaram, o que fizerem que o façam de bom.
É tempo de pensarmos se queremos um país que cresça dois anos e esteja em crise 10, ou se queremos de facto tomar as medidas estruturais que tanto ouvimos falar , mas nunca ninguém teve coragem até hoje de as tomar. Pelo discurso mal preparado de Santana Lopes na tomada de posse, ele diz-se preparado para governar sem pensar em eleições. Se nos próximos dois anos ele conseguir fazer entre outras a reforma das reformas, a da mentalidade do país, então terá marcado pontos.
O problema é a inteligência e o facto de alguns acharem que a linha recta é o caminho mais curto entre dois pontos equidistantes, mas isso fica para outro dia. Hoje não sendo dia de festa, deveria ser dia de reflexão. De todos.
Publicado por António Duarte 01:23:00
Ahhh, e isto não é pela esquerda ou pela direita, é pelos desgraçados que aqui nasceram...
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