"pára e arranca"

Parece que algumas luminárias da nossa Pátria como o ditoso Barão Horta e Costa, CEO da PT, são contra a realização de eleições antecipadas porque estas param o país durante uns meses e porque interrompem a aclamada retoma.

Duas notas apenas. Sobre a retoma, e como já prognosticou muito bem, e por estas bandas, esta acaba na próxima segunda-feira, quer Portugal vença ou não a Grécia. Um hipotético crescimento de 0,1% não é sinal de retoma coisíssima nenhuma e já agora alguém se importa de dizer bem alto qual é a margem de erro derivada das fórmulas e métodos que deram os tais 0,1% de retoma?... Sobre o paranço do país e a existência de uma legitimidade formal para Santana, convem dizer que nunca ninguém explicou frontalmente, em campanha, a real situação do País e sobre o que imperativamente deveria vir ser feito, e dos custos e sacríficios que isso acarretaria a curto prazo. Barroso foi eleito na premissa do choque fiscal lembram-se? Por outras palavras, realizar antecipadas e falar verdade talvez fosse mesmo a única forma de verdadeiramente legitimar verdadeiras reformas - necessariamente dolorosas - porque previamente referendadas e fazer sair o país do marasmo em que se encontra atolado...

Uma última palava para dizer que nunca me soube tão bem ouvir Alberto João Jardim como por estes dias...

P.S. 1. cadê os senadores da República ? Homens com a estatura de um Medina Carreira, um António Barreto e outros de igual craveira? A João Salgueiro e a Silva Lopes já os ouvimos, cadê os outros ?
P.S. 2. O Procurador-Geral Souto Moura que reze para que haja antecipadas, ao menos ganha tempo para respirar... Por agora lhe fizeram as malas. A linha recta nunca é a mais curta distância entre dois pontos...


Publicado por Manuel 10:53:00  

3 Comments:

  1. jcd said...
    O crescimento do primeiro trimestre anualizado foi de 2,4%. (0,6% no trimestre). Isto é, o primeiro trimestre de 2004 em relação ao último de 2003.

    0,1% foi a diferença entre o PIB do 1º trimestre de 2004 e o do 1º trimestre de 2003. Em 2003 o PIB continuou a cair até ao 3º trimestre, tendo então começado a recuperar.

    A manter-se nos trimestres seguintes o ritmo de crescimento do primeiro (o que parece difícil), Portugal cresceria em 2004 cerca de 2,5%.

    jcd
    António Duarte said...
    Caro JCD

    No seu comentário que desde já agradecemos existem alguns pormenores que importa ressalvar e corrigir :

    O PIB português cresceu a taxas negativas nos últimos 7 trimestres, à excepção deste último, onde de facto cresceu 0,1 %.

    Os 0,1 % são por isso a taxa de crescimento do PIB no 1º Trimestre de 2004. A variação face ao trimestre anterior foi de 0,5 %. No fundo Portugal cresce positivamente 0,5 % por trimestre, mas recorde-se tem o acumulado negativo,pelo que só 1 ano e meio depois foi possível entrar em terreno positivo.
    jcd said...
    Caro António:

    A minha nota ao post do Manuel está correctíssima. Convém esclarecer sempre do que falamos:

    Das Contas Trimestrais Nacionais do INE:

    "Face ao 4º Trimestre de 2003, o crescimento do PIB português foi de 0,6% em volume no 1º trimestre de 2004."Os 0,1% de que falamos são a taxa de crescimento do PIB no 1º Trimestre de 2004, em variação homóloga face a idêntico período do ano passado.

    Como lhe disse, a manter-se a actual taxa de crescimento, o PIB português crescerá 2,4% este ano. A sua nota ao meu comentário não está incorrecta, mas introduz alguma confusão nos conceitos. (E nos valores, o crescimento foi de 0,6% e não 0,5%).

    Detalhes em:
    http://www.ine.pt/prodserv/destaque/frames.asp?dest=d040609-3&ver=pt&cod_destaque=2208

    Um abraço
    jcd

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