O discurso de aceitação de John Kerry – O Iraque e um pouco do resto
sexta-feira, julho 30, 2004
Na convenção democrática de ontem, John Kerry não disse qual era a sua solução miraculosa para a situação no Iraque. E não o fez porque ela não existe.
Disse antes que encontrar a solução para o problema passará inevitavelmente por um entendimento com os aliados, por uma partilha de competências e de responsabilidades na condução da situação futura. Foi preparando os americanos para terem de entender um problema que não é, nem nunca foi, linear. Criticou as mentiras que se têm sucedido e das quais Dick Cheaney tem sido um dos mais óbvios propagadores; criticou a ida para a guerra sem um plano de paz.
No final da convenção, os comentadores da CNN, apresentaram a sua declaração sobre a solução da guerra como algo muito difuso, algo em que não se apresenta à vontade. Justificaram esta tese pelo facto de ter sido um dos que apoiou a intervenção num primeiro momento e por hoje não saber como resolver o problema.
Atendendo ao problema em questão e à analise que dele fez John Kerry, julgo que prestou um bom serviço ao seu país e ao mundo permitindo que se sublinhasse a complexidade do problema e deixando espaço para negociar sem vir a ter de faltar à sua palavra.
Já em relação a outras política como a educação, a segurança social, o sistema de saúde ou o acesso ao direito foi bem mais claro e incisivo como convém a um candidato a líder executivo de um país.
Como bem lembrou no seu discurso, quem quiser saber mais detalhes e conhecer melhor os seus compromissos pode e deve passar por John Kerry dot com (ou pelo blogue de campanha).
Publicado por Rui MCB 18:59:00
Não te preocupes. O Manel, na qualidade de director executivo da Loja, tá cá pra isso. Pra corrigir os links
Vocês têm muito sentido de humor...
Balofo? Mas o tipo é um trinca espinhas? Ainda se fosse o Michael Moore :-)
O Bush também foi muito balofo nos seus primeiros discursos ao prometer que ia reduzir os impostos aos "menos desfavorecidos", tanto que foi uma das suas primeiras medidas concretizadas. E ao prometer aumentar os gastos com a defesa, tanto que estourou em três tempos com o superavite corrente dos orçamentos da administração Clinton.
Quem nos dera ter um político que soubesse fazer um caldinho entre demagogia, refutação da argumentação adversária e comprometimento como o que escreveram ao Kerry antes de ontem.
Mas deixa-me cá calar que se o João Miranda nos apanha com este discurso ainda nos acusa de estarmos a interferir com as liberdades dos eleitores americanos.
Afinal de contas, o que é a América?
Estou num cyber por isso isto vai um pouco tosco que o teclado está marado.
Balofo de verbo, saco cheio de ar. E não disse que o Bush era umadelícia. Acho que são uns toscos os dois. Mas a questão não é esta e até percebo o JM. A questão é que acho tonto a forma como se vive em propaganda umas eleições em que não participamos, como se isso fosse um imperativo mundial. A única coisa que podemos fazer é votar cá pelo alinhamento com a política externa, por exemplo. O que nos restava era discutir teoria que, essa sim, pode ser geral. Ora, em termos de teoria este Kerry é uma anedota, pelo que me parece uma ideia muito pobre defender o mal menor utilitário numa coisa que nada de útil tem para nós.
agora como tuga preferir pelo que não sou é preciso demasiada ambição ou então um conhecimento e vivência in loco que me parece que não é o caso.
Fica a defesa em geral de ideias pobres que nem para nós queríamos, apenas porque há quem sinta que pertence a uma "família ideológica"...
azar o meu que as não tenho...
topas?