"fogo cruzado" ou porque é que a catástrofe já começou...

  • Os tempos que correm não são nem estão fáceis, convidam ao desencanto, ao desânimo e à resignação. Apelam ao realismo e ao pragmatismo senão mesmo à desistência.

    E no entanto nunca foi tão importante estar atento, gritar e resistir como agora. Estar atento aos factos consumados, gritar contra as verdades absolutas (que o são hoje, não o eram ontem e já não o serão amanhã), resistir contra uma nova forma de totalitarismo - o fatalismo da inevitabilidade.

    "Estava escrito" diz um... É a vez desta geração opina outro... Corolário natural do primado da forma sobre a substância observa outro. Eu assumo-o - não sou pragmático, não sou realista nem sequer consigo ser suficientemente cínico.

    Isto é demasiado triste, demasiado pornográfico, demasiado óbvio, demasiado pasoliniano para estar a acontecer e no entanto se calhar até é bom que aconteça; desfazem-se mitos, destroem-se ilusões e talvez em breve se possa recomeçar de novo.

  • Não é segredo que, apesar de tudo, eu mantenho uma certa simpatia pelo ainda Procurador Geral da República, compreendo-lhe o drama, respeito-lhe até as (in)decisões, mas é forçoso dizer que os tempos que aí vem não serão fáceis, nada fáceis, e que ele terá de se decidir de uma vez por todas como quer acabar na História. Muitos - até seus pares e a quem se recorda que não há nunca guerras triangulares - dão-no como um caso perdido, mais um Marcelo Caetano, prisioneiro do tempo e do seu próprio labirinto mas tal por enquanto ainda é falso.

    Souto Moura ainda é senhor do seu próprio destino, saiba-o ele, não sei é até quando...

  • José Sócrates caminha, dizem-me, imparável rumo à liderança do PS. Em nome da lealdade democrática ironizam-me - não faria sentido o PS ter um líder diferente do do PSD...

    É uma pena o actual chefe de gabinete de Souto Moura, ex-Inspector Geral do Ambiente, ser ainda um jovem, porque as suas memórias ajudar-nos-iam a perceber e muito dos valores desta geração que parece varrer inexoravelmente PS e PSD...

  • Uma das intituições que mais se confunde em Portugal com o Olimpo é sem sombra de dúvida o Supremo Tribunal de Justiça.

    Por estes dias resolveram abrir as cortinas e dar voz a alguns profanos - e logo jornalistas - e desses destacamos três, António José Teixeira, subdirector do JN, Ricardo Costa, director de Informação da SIC e o inefável António Arnaldo Mesquita, do Público.

    Ora pertencer ao Olimpo mais que uma Honra ou previlégio impõe certas e determinadas responsabilidades.

    Impõe que se saibam certas e determinadas coisas até porque os deuses não erram, por definição. Não pode pois ser interpretada como acidental ou mera coincidência a escolha daqueles três personagens e nomeadamente do prosista do Público para oradores, antes como um acto deliberado, consciente e medido.

    A António Arnaldo Mesquita foi pedido que dissertasse sobre «A função e deontologia do jornalista». E ele dissertou de facto aproveitando para malhar, forte e feio - et pour cause - e como esperado nos intervenientes directos do Caso Casa Pia.

    Não consta é que se tenha pronunciado sobre aqueles jornalistas que assinam de cruz peças sobre justiça escritas pela pena directa de distintos magistrados, no gabinete destes, a troco de um qualquer fim de semana numa qualquer estância de repouso, ou sobre aqueles outros que em alegre concubinato com advogados de defesa repintam casos, omitem dados fundamentais e chegam até a inventar peças e factos processuais, ou ainda sobre aqueles que questionados sobre a lógica e verdade do que assinam encolhem apenas os ombros dizendo sorrindo que fulano ou beltrano até poderão ter culpado escrito na testa mas que a preservação da Democracia (!), a tal que é demasiado jovem, é o mais importante.

    Não consta também que a cortinas do Templo se tenham rasgado, mas deviam. Triste Sinal dos Tempos.

  • Pacheco Pereira tem muitos defeitos, às vezes faz, defende e escreve grandes asneiras mas por estes dias só há uma coisa a fazer - louvar-lhe a Honra e a Dignidade. E lembra-lhe que não estará nunca só...

Publicado por Manuel 16:14:00  

6 Comments:

  1. Manuel said...
    Ao "Carlos Alberto",

    uma palavra e basta - NADA!
    Anónimo said...
    De um Carlos Alberto, para outro

    Aqui o nosso Nelito, deve ser um discipulo do Supremo Sacerdote, O Grande Guerra. A hierarquia desta Religião o papeldo nosso Nelito, é de ser a pena do Sacerdote pelas NET's.
    josé said...
    Tenho engalinhado com o JPP em algumas ocasiões e a propósito de opiniões escritas. Não simpatizo muito com o estilo autista que às vezes revela. Não gostei da charge que fez ao casal da ponte, porque revela um desprezo profundo e ao mesmo tempo subtil pela pequena burguesia urbana que o elegeu várias vezes.

    No entanto, tiro-lhe o chapéu, desta vez.
    Calou-me.

    Ainda fiquei à espera para ver as razões da retirada. Fiquei a saber que regressa ao ISCTE para "dar" aulas. Ou seja, abandona as sinecuras para se dedicar àquilo para que se preparou.

    Chapeau.
    Anónimo said...
    Ao MANUEL gostava de perguntar o que sucede a um dirigente que: a)protege os medíocres e os sabujos, b)desrespeita as hierarquias legítimas,c)persegue os seus colaboradores competentes por "delitos de opinião", ainda por cima por "ENCOMENDA de TERCEIROS".
    Vou Anónimo por razões óbvias não vá o visado me arranjar também um processecinho. Responda, MANUEL e deixe-se de louvores de quem não conhece.
    zazie said...
    a ele regressa para dar aulas? mas nã olarga a política, aposto. Eu também gostei e bem que disse que ele me parecia confuso logo que começou com aquela de entar no caixão e sair do caixão. Mas também acredito que venha ao cheiro a sangue ":O)))
    e acho bem!
    Anónimo said...
    Mas será que este Manuel não tem mesmo vergonha na cara? Aguardo com ansiedade o dia em que te descubram a careca. É preciso desmascarar este fascistazóide. Dizem-me que lá para os lados dos Correeiros já o topam à distância, de cada vez que vai visitar o António ao gabinete.

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