Especial Euro'2004 (XXV)

São os gregos, quem diria?

Total surpresa, esta final entre Portugal e Grécia. Num Euro a todos os títulos notável, esta final será uma oportunidade histórica para que fique bem provado que, no futebol de hoje, já não contam nem o currículo, nem os nomes: ganha quem lutar mais, quem correr mais, quem for mais rigoroso.

Num jogo hiper-equilibrado, a Grécia foi mais feliz, mas acabou por merecer essa sorte. A República Checa fez, de longe, o seu pior jogo num percurso que, ainda assim, se salda por um balanço extremamente positivo.

Até ao jogo de ontem, os checos mostraram ser a equipa mais forte e com melhores argumentos. Mas falharam no momento decisivo: é verdade que criaram mais oportunidades, mas ao contrário do que haviam feito até aqui, acusaram muitas dificuldades na concretização. Tiveram algum azar, sobretudo naquela jogada sublime entre Koller e Smicer. Mas tiveram, acima de tudo, azar por terem perdido o seu ás de trunfo, Pavel Nedved, numa fase muito prematura do jogo.

A Grécia teve o mérito de aproveitar tudo isso. Pratica um jogo menos vistoso, menos popular se quiseremos, do que os checos, mas surpreende, jogo após jogo, pela sua organização. Otto Rehhaggel está, por isso, de parabéns: montou uma selecção muito sólida, que constrói essa solidez a partir da defesa e mostra ter bons trunfos do meio-campo para a frente.

O golo de Dellas, mesmo ao cair do pano da primeira parte do prolongamento, acabou com o sonho checo e afastou a selecção que, até ao momento, havia praticado o melhor futebol do Euro.



Contas feitas, a Grécia merece 17 - porque soube defender e porque soube matar o jogo no momento certo - e a República Checa fica-se pelo 16 - jogou mais, mas não soube ser feliz.

Publicado por André 22:16:00  

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