Basta...Chega... (II)

Ainda na mesma onda de cinzas, a edição Público informa ...


Estamos a tentar que o fogo não entre no perímetro da fábrica, porque corremos o risco de perder as tintas transportadoras (espécie de passadeiras rolantes que transportam a matéria prima para a cimenteira), que poderão levar muito tempo a reconstruir.

Ao que parece são os próprios empregados que lutam contra as chamas. Se isto pode ser considerado um acto nobre dos trabalhadores que defendem o posto de trabalho e seu ganha-pão, o mais grave é que no reacender do fogo da Arrábida o seu combate faz-se sem nenhum avião.

Esta Venerável grande loja teve acesso em exclusivo aos registos do Serviço Nacional da Protecção Civil...

  • 12:00 - O fogo da Arrábida reacende-se.
  • 12:30 - È prometido um avião Canadair para o combate às chamas lá para as 14:00
  • 15:00 - Os trabalhadores da Fábrica Secil são transformados em bombeiros defendendo as tintas transportadoras.
  • 16:00 - O avião duas horas depois do prometido ainda não surgiu.
  • 16:30 - O comando de Setúbal informa que o avião se encontra a abastecer em Beja.

Ora, isto é no mínimo rídiculo. Um Avião Canadair, pode abastecer no mar, e quem conhece a Arrábida sabe perfeitamente bem que a proximidade do mar, daria uma eficácia brutal ao uso dos aviões. Mas infelizmente existem as horas contratadas, e assim para se combater um incêndio na Arrábida - área protegida que deveria ter um plano específico- um Canadair vai abastecer a Beja.

A isto chamo descoordenação. Total descoordenação.

Foi para isto que fizeram um livro Branco ? O Venerável Irmão Manuel desta Grande Loja, disse há uns posts atrás, que..

Há guerras e causas que eu não sei sinceramente se podem ser ganhas, mas também há guerras e causas que não podem deixar de ser lutadas; a opção é sua.

Esta é seguramente uma delas. A guerra contra a incompetência. E para essa guerra eu vou para à frente da batalha, porque pior que um país pobre é um pobre país com governantes a fazer de conta e a jogar com o dinheiro dos contribuintes como se tivesse a jogar ao Monopólio.

Caros Governantes, infelizmente e pelo andar da carruagem, poderemos pensar em livros negros e não brancos. Porque na realidade eles deveriam ser vermelhos. Livros vermelhos como quem cora de vergonha.

Publicado por António Duarte 18:07:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    Basta...chega...
    è bem verdade. Mas vamos continuar a protestar na net, ou fazemos algo u m pouco mais activo. E que tal passar a fazer fotocópias e a distribuir pela mercearia, pelo café, eu sei lá onde, das notas dos blogues que mais nos interessa.
    E que tal passarmos a ser mais activos e criativos e a ter mais visibilidade pública para alem da net.
    Como não estive para me matricular no blogger aqui vão as minhas coordenadas
    Fernando Gonçalves
    f.o.goncalves@mail.telepac.pt
    Nota: estou pronta para dar o corpo ao manifesto, na cidade de Lisboa.
    Haverá mais gente, espero.
    Anónimo said...
    REFLEXÕES SOBRE O INCÊNDIO NA ARRÁBIDA

    1) Ontem fui um dos evacuados da praia dos Galapos no sopé da Arrábida. A primeira sensação que tive perante o desenrolar do incêndio foi a de impotência: inexoravelmente não havia nada a fazer! Quem poderia aceder ao topo do monte onde as labaredas se mostravam pela primeira vez? Ninguém como é lógico! Só 2 situações eram possíveis: deixar arder até a local mais acessível ou então enviar meios aéreos para combater in loco o flagelo. Creio que alguém, ontem, a tarde toda, optou pela primeira possibilidade. E não andarei muito longe da verdade se disser que esta é das estratégias que os bombeiros são obrigados a utilizar na maior parte dos casos: deixar arder até a local mais acessível.

    2) A evacuação foi feita de maneira ordeira e, até, com simpatia (aquela empatia que só as calamidades produzem) entre os condutores que progressivamente iam abandonando as praias da zona interessada.

    3) Passaram por nós duas viaturas de bombeiros: viaturas com alguns anos, entenda-se. Helicópteros nunca se viram (nas notícias dizem que andou por lá um heli-ligeiro, mas não o vi e muito menos ouvi - ouvi pelo contrário, as labaredas a crepitar no cume do monte, aviões também não. Porquê?

    4) Os noticiários a respeito dos incêndios têm um cariz pouco informativo e muito propagador de histeria e tragédia. Não se percebe o motivo de fundo deste modo de fazer jornalismo: servirá, porventura, de prevenção e alerta?; ajudará o país a enfrentar de maneira proactiva a estação dos incêndios? Seria urgente uma reflexão a este respeito que explicasse os efeitos reais deste modo de fazer jornalismo! É que dá a ideia de amadorismo doentio e de infantilidade paralisante.

    4) Soluções? Uma só pergunta: para quando a prioridade política e económica na resolução dos incêndios de verão? Não seria este um objectivo concreto e urgente a formular por parte do governo, de qualquer governo? O meu voto, neste sentido, iria para quem apresentasse o melhor programa de resolução deste problema (mas que ingénuo que sou!)

    5) Infelizmente, dá a ideia que em Portugal dorme-se. Ano após ano. Os mesmos cenários de sempre, com o mesmo rol de queixas e lamentos de sempre... Para quando alternativas ao status quo? O meu voto irá para quem apresentar concretamente o melhor programa de prevenção e combate aos incêndios.

    José Serra
    Anónimo said...
    REFLEXÕES SOBRE O INCÊNDIO NA ARRÁBIDA

    1) Ontem fui um dos evacuados da praia dos Galapos no sopé da Arrábida. A primeira sensação que tive perante o desenrolar do incêndio foi a de impotência: inexoravelmente não havia nada a fazer! Quem poderia aceder ao topo do monte onde as labaredas se mostravam pela primeira vez? Ninguém como é lógico! Só 2 situações eram possíveis: deixar arder até a local mais acessível ou então enviar meios aéreos para combater in loco o flagelo. Creio que alguém, ontem, a tarde toda, optou pela primeira possibilidade. E não andarei muito longe da verdade se disser que esta é das estratégias que os bombeiros são obrigados a utilizar na maior parte dos casos: deixar arder até a local mais acessível.

    2) A evacuação foi feita de maneira ordeira e, até, com simpatia (aquela empatia que só as calamidades produzem) entre os condutores que progressivamente iam abandonando as praias da zona interessada.

    3) Passaram por nós duas viaturas de bombeiros: viaturas com alguns anos, entenda-se. Helicópteros nunca se viram (nas notícias dizem que andou por lá um heli-ligeiro, mas não o vi e muito menos ouvi - ouvi pelo contrário, as labaredas a crepitar no cume do monte, aviões também não. Porquê?

    4) Os noticiários a respeito dos incêndios têm um cariz pouco informativo e muito propagador de histeria e tragédia. Não se percebe o motivo de fundo deste modo de fazer jornalismo: servirá, porventura, de prevenção e alerta?; ajudará o país a enfrentar de maneira proactiva a estação dos incêndios? Seria urgente uma reflexão a este respeito que explicasse os efeitos reais deste modo de fazer jornalismo! É que dá a ideia de amadorismo doentio e de infantilidade paralisante.

    4) Soluções? Uma só pergunta: para quando a prioridade política e económica na resolução dos incêndios de verão? Não seria este um objectivo concreto e urgente a formular por parte do governo, de qualquer governo? O meu voto, neste sentido, iria para quem apresentasse o melhor programa de resolução deste problema (mas que ingénuo que sou!)

    5) Infelizmente, dá a ideia de que em Portugal se dorme demais. Ano após ano. Os mesmos cenários de sempre, com o mesmo rol de queixas e lamentos de sempre... Para quando alternativas ao status quo? O meu voto irá para quem apresentar concretamente o melhor programa de prevenção e combate aos incêndios.

    José Serra
    Rui MCB said...
    Só um detalhe que me deixou com uma dúvida. Se um avião abastecer no mar para apagar um incêndio numa área protegida pode haver um problema ambiental, é que a água do mar é salgada e a salinização do solo pode ser ainda pior do que um incêncio. Ou não? Quanto ao resto está tudo dito no post: organizem-se! Há demasiada desresponsabilização nesta como em outras áreas.

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