A receita... ou o regresso ao primado das ideias.

José Manuel Durão Barroso poderá ainda ganhar a Europa (!?) mas já perdeu definitivamente o País.

Não há discurso, lágrima ao canto do olho, apelo ao orgulho nacional que permita esconder o que já é óbvio - Barroso vendeu tudo e todos em função única e exclusiva dos seus interesses pessoais. Talvez no fundo ainda sinta um certo orgulho por depois dele ocorrer o caos, um certo gozo por o poder que "entregou" ao Santana lhe poder vir a escapar mas o facto incontornável é que Barroso se portou como um escroque - um burlão de esquina.

Mas as coisas são o que são e o que conta agora é o futuro. O nosso futuro colectivo e não o futuro de meia dúzia de ilustres pilha-galinhas que já se anteveêm com o Rei na barriga, pense o que pensar o país, façam o mal que fizerem à Democracia e às contas públicas.

Já comparam Santana a Berlusconni mas não há mais errada comparação...

Santana é o nosso Hugo Chavez, o nosso demagogo iluminado de serviço, o nosso populista residente. Substimá-lo como o faz algum PS, e algum PSD, na premissa do day-after e do quanto pior melhor é um erro de proporções históricas. Porque não é por as linhas férreas precisarem de uma reforma que se vai deixar alegremente descarrilar um comboio - um comboio onde estamos todos nós ...

Abominar Santana não significa que automaticamente que toda a gente que não se revê na criatura seja automaticamente recomendável...

...por uma vez, o País, e o PSD em particular, não se devem perder a discutir nomes, indices de reconhecimento popular, resultados de sondagens... O país e o PSD não podem perder uma oportunidade única de discutir tudo! Mas mesmo tudo.

Em vez de um nome apenas, uma equipa, um líder, um projecto, uma visão! Para explicar claro aos portugueses que não se conserta este país com falinhas mansas, sem sacríficios e com espectáculos de circo megalómanos. Para dizer que serão precisos verdadeiros sacríficios - alguns duros - mas que o resultado compensará. Para dizer que nada se consegue sem trabalho, que não há receitas nem mezinhas milagrosas... E depois eleições!

Eu sou daqueles que acreditam que os portugueses se colocados entre uma boa (e bem explicada) opção e uma má opção escolherão a melhor opção.

Digam o que disserem as sondagens, os gurús da imagem, os que dizem que não se deve falar claro, muito menos dizer a verdade.

Publicado por Manuel 15:54:00  

4 Comments:

  1. Alexandre said...
    concordo plenamente. com tudo, passe a redundância.
    Gomez said...
    Ideias, um retorno da ética política e do primado do serviço público, precisam-se. Populismos, fulanismos e merceeirismos, têm que ser erradicados. Parabéns por este apelo. Que seja ouvido!
    Gomez said...
    Ideias, um retorno da ética política e do primado do serviço público, precisam-se. Populismos, fulanismos e merceeirismos, têm que ser erradicados. Parabéns por este apelo. Que seja ouvido!
    Luís Bonifácio said...
    Esta seria uma boa oportunidade para o PS e o PSD se sentassem e definissem o que querem para Portugal. Uma má estratégia é sempre melhor que nenhuma estratégia (que é o que temos hoje). Chega de pilha-Galinhas.
    O Povo está a divorciar-se da classe política e antes deste divórcio aconteceu outro mais grave, foi quando a competência se divorciou da classe política.
    É necessário que a competência regresse, mas eu estou pouco confiante, pois para isso acontecer era necessário que as "figurinhas" de hoje dessem às vilas de Diogo. O que me parece dificil pois elas não tem onde cair mortas para alêm do mundo das benesses politicas e prateleiras douradas na CGD.

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