perplexidades
domingo, junho 06, 2004
- Vital Moreira assinala uma alegada postura militante do MP em relação a Paulo Pedroso no contexto do Caso pio. Chega ao ponto de dizer que no caso as coisas são o que parecem porque muitos outros comentadores além dele chegaram à mesma conclusão.
É uma pena que Vital não perca uns segundos que seja para ponderar da natureza da postura, essa sim inequivocamente militante, de uma certa classe política da qual ele faz parte em relação ao caso (e a leitura da Grande Reportagem de ontem, não trazendo nada de novo, é extraordináriamente pedagógica) e dos perigos que essa postura, que raza - no minímo - a ingerência, traz para o normal e regular funcionamento das instituições e do Estado democrático... - Durão Barroso, com aquele sentido de oportunidade e sensatez que sempre o caracterizou, não se coibiu de tecer rasgados elogios a Valentim Loureiro aquando de mais uma inauguração de um troço do Metro do Porto. A fronteira entre uma profissão de Fé e um acto insano às vezes é ténue...
- Ainda segundo a Grande Reportagem de ontem o motivo que terá levado Proença de Carvalho a abandonar a defesa das vítimas do Caso pio terá sido Paulo Pedroso. Seria pertinente, até atendendo a um certo telefonema nebuloso citado na mesma revista, saber-se quando surgiram as dúvidas de Proença - até porque segundo afirmações dos seus colegas - sobreviventes - ele não terá perdido grande tempo a analisar o Processo....
- Já há uns tempos falamos da forma como Fátima Felgueiras pagou o bilhete de avião donde de Madrid partiu com destino ao Rio de Janeiro.
Afirmámos, na altura, que tinha utilizado, como meio de pagamento, um cartão Visa pertença de um familiar próximo e respeitante a uma conta no Valley Bank of the Kalispell, em Montana, nos Estados Unidos. Esta Venerável Loja sabe que o dito familiar é, nada mais nada menos do que, a sua filha - Sandra Maria Felgueiras Oliveira, conhecida jornalista da RTP.
Ora, já todos ouvimos a ladaínha de como Fátima Felgueiras - a exilada - passa mal, de como não tem dinheiro nem ficou com um tostão que fosse do saco azulado, e por aí fora. Assim, e atendendo a que o banco supracitado não está localizado em nenhuma off-shore, seria pertinente, e facílimo, verificar os movimentos, e por quem, assim como os montantes que por essa conta tem passado. De certeza que os dados resultantes seriam extraordinariamente interessantes. Ainda mais pedagógico seria também perceber por que razão é que tal diligência ainda não foi feita, afinal o STA nem tem nada a ver... - A reter as afirmações do General Loureiro dos Santos que citamos na integra num post anterior, e que nso deveriam fazer pensar e muito no peso dos lobbies por estas bandas. Confesso que gostaria de saber como as classificaria um João de Deus Pinheiro - será também Loureiro dos Santos alguém alinhado com "grupelhos políticos de extrema-esquerda sem significado" ?
Publicado por Manuel 17:10:00
2 Comments:
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Pela parte que me toca nem jurista sou, muito menos tenho qualquer ligação ao MP.
Nós por aqui emitimos opinião individuamente - o mais racionalmente possível - sobre factos. E ainda não vimos esses factos contestados...
Quanto à "cabala ao contrário", é favor consultar os nossos arquivos...
Preferia ver mais, principalmente dos responsáveis, mesmo daqueles que investigaram, a explicar porque fizeram o que fizeram.
As críticas ao MP do caso Pio, quanto a mim têm todas um ponto fraco: partem de quem não faz ideia do que é investigar em concreto um processo por crime sexual e são geralmente referidas ao arguido Pedroso, com o inerente lastro político.
Deste modo, a tentação para defender à outrance o MP e a PJ que investigaram, é de facto um perigo.
Admito que tenho incorrido nesse risco; mas ainda não estou convencido de que tenha errado os raciocínios. Ao contrário de "especialistas" do tipo Sousa Tavares que da ignorância fazem milagres de clarividência.
Ainda não o apodei como nomes feios e mal educados, mas a tentação tem sido grande, porque também grande é a indignação.