O poder, ou a sensação de estar a perdê-lo

Está mesmo aí a surgir. Quer queiramos quer não, o espírito pirómano que alguns elementos deste país teimam em querer manter vivo, o desleixo igualmente de alguns habitantes, que não cuidam daquilo que é deles, depois na hora da aflição, acham que a culpa é sempre de outros, como se esses outros, tivessem responsabilidades sobre aquilo que não é deles.

O tema dos incêndios em Portugal, foi desde há muito tempo, utilizado para politicamente, marcar uma agenda. O ministro, normalmente o da administração interna, que tutela os bombeiros e serviços de protecção civil, sabe que um verão mais aziago em matéria de incêndios, pode ditar o fim da sua brilhante prestação governativa até então. Tudo porque os incêndios, queimam aos olhos de televisões sedentas de informação, com coberturas em directo e exploração da desgraça até ao mais ínfimo slow motion. Afirmações houve que ficaram na história acerca dos incêndios e épocas houve onde uns telemóveis oferecidos aos pastores que hoje ninguém sabe onde estão, os telemóveis claro, foram alvo de mediática cobertura. Tivemos granadas, trovões , as vagas de calor e os picos de corrente eléctrica. Tivemos quase tudo menos a responsabilidade de quem de facto tutela.

Ao ler hoje as afirmações de Figueiredo Lopes, fiquei como que estarrecido.

Serei eu o responsável político, mas não me demito, se este ano, tivermos um ano igual ou pior que o ano passado em matéria de incêndios
.

Será possível depois de tudo o que ouvimos, dos livros brancos que foram feitos sobre o assunto, das promessas que ele mesmo, Figueiredo Lopes, fez, que o próprio admita que as coisas podem ser iguais ou piores que o ano passado?.

Mas pior que admitir o aludido em cima, è afirmar que está de pedra e cal.

N.A. - As declarações de Figueiredo Lopes, surgem na Revista, publicada hoje, dos Bombeiros de Portugal.

Publicado por António Duarte 11:54:00  

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