"O Dia D" - 60 anos depois
domingo, junho 06, 2004
A França jamais esquecerá o que deve à América, sua amiga de sempre, a todos os Aliados graças aos quais a Europa reunificada vive em Paz, Liberdade e Democracia
Jacques Chirac, Presidente da República Francesa
Esta Europa corre o risco de ficar à margem de uma História que se muda para outros palcos, do Médio Oriente à bacia do Pacífico, deixada para trás pela China, porventura mesmo pela Índia. O que seria um sinal de que o "Ocidente" se mudara para "Oriente". Não seria demasiado grave se falássemos apenas de geografia. Mas não falamos: falamos igualmente do que o "Ocidente" representa como modelo de civilização
José Manuel Fernandes, director do Público, excerto do artigo «O 'Ocidente' ainda existe?»
Enquanto a Constituição americana se ocupa em limitar o poder do Governo, as Constituições na Europa continental preferem estabelecer obrigações aos Estados. E se isso deriva em parte das épocas diferentes em que foram escritas, a verdade é que tais diferenças reflectem uma realidade mais profunda: nos Estados Unidos dá-se mais importância à liberdade, na Europa à igualdade.
idem
Faz hoje precisamente 60 anos, a ameaça nazi começou a ser derrubada. Numa altura em que a vitória de Hitler começava a parecer uma inevitabilidade, o desembarque de 150 mil homens nas praias da Normandia foi crucial para travar as tropas alemãs. Sem os EUA, a vitória não teria sido possível.
A Europa tem essa dívida de gratidão e seis décadas depois continua, na prática, a necessitar da protecção americana para se sentir protegido de novas ameaças.
Quem confunde os erros de Bush (que são muitos) com a importância da ligação com os americanos cai num erro de análise profundíssimo — e não percebe que para se sentir europeu precisa, ainda e cada vez mais, de saber aliar-se ao Tio Sam. Os europeus não precisam de copiar os americanos.
Pelo contrário - historicamente, temos uma herança (cultural, racional, política e civilizacional) muito mais rica.
Mas o sentimento anti-americano que afecta grande parte da opinião pública europeia é absolutamente errado - uma má Administração como é a de Bush cai mais cedo ou mais tarde; muito mais estrutural é a ligação, mesmo que pela diversidade, entre a Europa e os EUA. É essa ligação que configura o Mundo em que vivemos. Devemos preservá-la, nem que seja pela falta de uma alternativa realista.
Publicado por André 23:11:00
2 Comments:
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Claro que este mito parece estar a dar origem a um equivalente contrário, mas isso é outra história e ainda está no início...
E thank you America, pelo dia D
Primeiro convidou-se toda a gente, mas como se não gosta do Berlusconi, não se convidou a Itália...
Depois ouvi coisas incríveis, como a de que o dia D foi o dia em que a Europa começou a vencer o totalitarismo.
Por fim o principal chefe de estado a discursar foi o de França, o país que menos contribuíu para o dia D...
É preciso que se recorde que a França, durante a guerra, era governada pelo Governo de Vichy, aliado dos alemães.
Também convém sublinhar que o Dia D não foi o dia em que a Europa começou a vencer o totalitarismo, antes pelo contrário, o Dia D foi o dia em que a liberdade começou a vencer a Europa.
Quanto ao anti-americanismo é um sentimento artificial destinado a tentar unir os europeus contra um pretenso inimigo externo.
Quanto às diferenças entre constituições, é um facto que a Constituição Americana serve principalmente para limitar o poder do Estado, ao contrário da pretensa constituição europeia.
Mas isso não reflecte nenhuma dicotomia entre liberdade e igualdade reflecte é uma dicotomia entre liberdade e totalitarismo.