este não é coxo...

Paulo Pedroso dá hoje uma entrevista ao JN. O facto por sí só não é relevante nem traz nada de particularmente novo. Pedroso tinha pura e simplesmente de aparecer por estes dias com pompa e circunstância para abafar o impacto dos recursos que entraram na Relação contrariando a sua não pronúncia ...

Há no entanto dois minúsculos detalhes nesta entrevista que não podem deixar de causar alguma perplexidade por assim dizer ...


JN - Fica a ideia, da leitura do despacho, de que os testemunhos relacionados com outros arguidos foram desvalorizados, com exclusão dos seus...

P. P. Não sou a pessoa mais indicada para analisar o despacho. O que está em causa é uma coisa que para mim foi óbvia desde a noite de 21 de Maio de 2003. Eu dizia ao meu advogado, Celso Cruzeiro, quando me foi mostrada a fotografia usada para me reconhecer, que só não podia ser ele porque tinha barba.


É que tal se se divulgasse a tal fotografia urbi et orbi para todos podermos aferir da sua alegada "má qualidade" ?

mais à frente ...


P. P. (...)Depois, dizem que teria um sinal que não tinha. Espero meses por um exame médico que podia ter sido feito quando ainda estava na prisão. Se a declaração foi feita num momento em que eu ainda estava preso, porque não me fizeram o exame médico no dia seguinte? Julgo que a forma como a questão depois aparece é profundamente elucidativa de algo que eu não estou em condições de publicitar.

JN - Como é que surge a informação?

Aparece através de um telefonema anónimo, na véspera do exame, directamente para o gabinete do senhor procurador João Guerra. Apenas gostaria de deixar a minha perplexidade, porque o senhor procurador assistiu ao exame, interveio no exame e nunca fez qualquer pergunta aos peritos sobre essa possibilidade. Foi depois de receber o relatório que a dúvida se lhe colocou.

Ora consultado o Processo pode ler-se a dado passo...


(...) as dicromias melânicas tal como algumas alterações patológicas do revestimento cutaneo podem ser removidas através de raio laser. (...) No caso em apreço, a ter existido a mancha hiperpigmentada descrita no quesito (...)


Em suma, o Dr. Paulo Pedroso não saberá o que é um Quesito?...

É um detalhe, apenas mais um...

Publicado por Manuel 18:49:00  

2 Comments:

  1. irreflexoes said...
    Caro Manuel,

    Saudações. Duas perguntas, ou melhor, conjuntos de perguntas:

    1) É Paulo Pedroso quem possui os albuns de fotos usados pelo MP e pela PJ? Caso tenha cópia (e mais não terá), pode ele divulgar tal elemento do processo? Mesmo que entenda que o pode fazer, para que serve isso senão para promover um julgamento popular?

    2) Não tenho acesso ao Processo, mas o quesito resulta ou não da acção do MP? Se sim, a existência do quesito diz-nos alguma coisa sobre o momento e a forma pela qual a questão foi introduzida no processo? Se Paulo Pedroso tinha tal sinal cutâneo e o removeu cirurgicamente (do que duvido, porque essas operações deixam marcas que um examinador experimentado não deixará de identificar, especialmente se forem "frescas") talfoi tornado possível pela inpécia da investigação, que nem soube aproveitar a doutrina do "prender para melhor investigar" sufragada pelo Mmo. Rui Teixeira.

    Só estas duas perguntinhas, com pedido de paciência e resposta.
    irreflexoes said...
    Bom, e assim se aprende que há perguntas que não merecem resposta.

    Só uma dúvida: eram "too much" ou "to little"?

Post a Comment