Especial Euro 2004 (XI)

Espera-nos a Inglaterra...

Foi preciso esperar até ao último quarto de hora dos dois jogos da derradeira jornada do grupo B para sabermos, com alguma certeza, quem iria passar. A França bateu a Suiça por 3-1 e venceu o grupo. A Inglaterra derrotou a Croácia por 4-2 e conquistou o segundo posto.

Assim, os ingleses defrontam Portugal nos quartos-de-final (quinta-feira, 19.45); a França bate-se com a Grécia por um lugar nas meias-finais (sexta-feira, 19.45)

A equipa de Eriksson voltou a depender muito do miúdo Wayne Rooney.



Ainda não completou 19 anos (é o mais novo marcador da história dos campeonatos europeus), mas é já a referência da selecção inglesa. Apontou quatro golos (dois deles no duelo desta noite), liderando a lista dos melhores marcadores.

A Croácia entrou melhor, fez o 0-1, mas a Inglaterra voltou a surpreender pelo seu bom jogo ofensivo. Virou o marcador e venceu, com relativa facilidade, po 4-2.

Deste jogo, há a retirar algumas conclusões, que ganham redobrado interesse, senos lembrarmos que a Inglaterra será o adversário de Portugal:

-- o ponto mais forte é o ataque. Mas isso não significa só os avançados. É que esta equipa de Eriksson ataca com todas as suas unidades do meio-campo para a frente. Scholes está em grande forma; Beckham vai somando bons centros; Gerrard e Lampard são dois esteios do meio-campo, aliando força e boa leitura de jogo; Rooney e Owen fazem uma dupla letal.

-- se os ingleses arrasam no plano concretizador (oito golos em três jogos fazem da Inglaterra a selecção mais produtiva deste Euro), faltará alguma consistência defensiva. David James voltou a ter a responsabilidades nos golos sofridos (não por acaso, chamam-lhe em Inglaterra David 'Calamity' James...); a falta de Rio Ferdinand ainda não foi verdadeiramente compensada e John Terry é um bom central, mas não estará na sua melhor condição.

-- Falta saber se Eriksson conseguirá, nos dias que sobram para o duelo com Portugal, obter uma melhor ligação entre a defesa e os outros dois sectores. Esta Inglaterra parece ser a melhor dos últimos 10/15 anos, mas isso pode não chegar, se nos lembrarmos que, geralmente, os ingleses falham nos momentos cruciais. Esperemos que tal volte a acontecer na partida de quinta-feira...

No Inglaterra, 4-Croácia, 2, os ingleses levam 17, os croatas ficam-se por um 14

Quanto à França, e apesar de ter ganho o grupo, voltou a não convencer no plano exibicional. É certo que com esta selecção, as exigências se colocam a um nível demasiado elevado, mas os franceses parecem ter beneficiado de alguma sorte, ao conseguirem ganhar o grupo. Com a Inglaterra, só o génio de Zidane salvou a derrota, mesmo ao cair do pano; com a Croácia, o empate foi muito lisonjeiro.

Desta vez, a França saiu em vantagem (golo de Zidane), mas a Suiça empatou seis minutos depois. Um novo golo suiço afastaria a França, e os gauleses chegaram a tremer um pouco.

Na segunda parte, a superioridade técnica dos franceses veio ao de cima - e Henry apareceu, finalmente, neste europeu a um nível minimamente condizente com o seu enorme valor.



Ainda assim, o tipo de jogo português acaba por ter mais hipóteses com uma equipa como a Inglaterra (mais solta e virada para o ataque, o que nos concede mais espaços) do que com a França. Por muito que esteja em baixo, esta França tem uma enorme experiência de grandes momentos, e faz um futebol em tudo idêntico ao nosso: baseado na força do seu meio-campo e nas trocas de bola rápidas, utilizando o fino recorte técnico de alguns dos seus executantes.

No jogo França, 3-Suiça,1, os franceses merecem 16, os suiços um 13

Publicado por André 23:28:00  

1 Comment:

  1. António Duarte said...
    Caro André

    Uma pequena correcção Wayne Rooney já não é o marcador mais jovem em europeus. O Suiço VonLanthen, autor do golo de ontem contra a França, passa a ser detentor desse trófeu.

    Um abraço

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