cadelas apressadas dão à luz cães cegos
quarta-feira, junho 02, 2004
Trata-se de uma expressão do nosso imaginário popular mas que se aplica perfeitamente, pela pressa revelada na resposta, ao nosso acidental de serviço.
Durante o tempo em que os sábios reflectiam, nunca, em tempo algum, se ouviu uma palavra sobre o assunto. Nem antes, quando vários dedos apontavam que poderiam existir vicissitudes neste processo, como de facto existem.
Paulo Pinto Mascarenhas preferiu, durante o período de quarentena, o silêncio, porque as vozes que ouvia sobre assunto eram conspirativas, ou melhor incómodas. Durante esse tempo, entreteu-se a fazer cartazes recusando uma linha sobre o assunto.
Por outras palavras, e porque Paulo Pinto Mascarenhas, talvez ache que conspiração pode significar muita coisa, será ele capaz de desmentir uma linha que seja do que aqui foi escrito sobre o assunto Galp, desde a GITE até a operação de reorganização empresarial em curso ou em vez disso, prefere como até aqui, o silêncio, não se esquecendo de que quem cala consente ?
Por outras palavras, tem Paulo Pinto Mascarenhas, a certeza que a operação de reorganização empresarial fica assim, tal e qual, como os sábios indicaram?
Por outras palavras, Paulo Pinto Mascarenhas preferiu atacar aqueles que defenderam que a opção Luso-Oil não era a melhor apelidando-os de conspirativos, ao invés de defender, ou até mesmo elogiar, aqueles que alertaram para as vicissitudes que a opção de entregar a Galp ao Luso-Oil trazia para Portugal.
Mais, Paulo Pinto Mascarenhas escreveu apenas aquilo que quis. Esqueceu-se, ou remeteu-se ao silêncio, como de costume, sobre a parte em que foi o grupo Carlyle que ao entregar uma carta de conforto ao Governo, carta essa depois dada como garantia à ENI Spa, que permitiu o avançar de toda operação.
No fundo sem o Carlyle não haveria operação nenhuma porque nenhum dos outros consórcios tinha capacidade financeira para entregar uma garantia de tal espécie.
Resta pois saber qual vai será o preço a pagar por tão grande benfeitoria...
Publicado por António Duarte 14:41:00
