"Um gesto corajoso" ou o problema da mulher de César...

Nicolau Santos, no Expresso online discorre sobre a coragem inerente ao facto da Sociedade Euro 2004 ter convidado Carlos Cruz para estar presente nas cerimónias de abertura do campeonato europeu de futebol, nomeadamente para o jantar de abertura, a 11 de Junho, no Porto, e para o jogo inaugural, a 12, entre Portugal e a Grécia no estádio do Dragão. Os corajosos convites terão sido subscritos pelos presidentes da UEFA, Stephen Johansson - fixem este nome - e da Câmara do Porto, Rui Rio.

Em bom rigor Carlos Cruz ainda não foi condenado por nada
, mesmo que a 31 do corrente seja pronunciado, mas facto é que sobre ele recaem graves suspeitas. Nicolau Santos alega para defender a coragem e nobreza do convite o facto do mundo não ser a preto e branco e diz mesmo ...

Mas a verdade é que, sem Carlos Cruz e a sua última e decisiva intervenção perante os senhores da UEFA, Portugal não estaria hoje a menos de um mês de receber o campeonato europeu de futebol, uma prova que será vista, em audiências acumuladas, por nove mil milhões de pessoas, colocando o país no mapa mediático mundial durante mês e meio.

Eu não tenho a certeza se as coisas foram bem assim e se mesmo que o tenham sido, se o Campeonato terá sido atribuído a Portugal pelas razões "certas", o que eu sei é que seria exigível, até no pretenso interesse do próprio, um dever de reserva que manifestamente não se verificará com a consumação do convite realizado a Carlos Cruz.

E depois há um detalhe que escapa de todo ao Nicolau - o problema não está em reescrever o passado - é impossível - o problema está em, por actos no presente, tentar condicionar decisões no futuro.

Publicado por Manuel 19:37:00  

2 Comments:

  1. António Balbino Caldeira said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    António Balbino Caldeira said...
    Uma gralha chata caíu sobre o meu post. Aqui a correcção.

    O Nicolau do Lacinho, tal como o Luís Delgado, faz parte da histérica horda de combatentes mediáticos defensores dos arguidos.

    Como nós sabemos, António, os media portugueses fogem ao escrutínio do público. Os leitores são dispensáveis. Desde que o cartel mantenha o salário...

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