A responsabilidade de quem escreve

Todos sabemos que a empresa Galp Energia têm neste momento em curso, um processo de reorganização da sua estrutura accionista . Nesse processo sabemos que o capital que será alienado ao consórcio vencedor será de 33,34% - resultante da saída da ENI Spa, o Governo em funções avançou com a possibilidade de vender também a parte que a EDP detêm, dependendo para isso, da interpretação e do sinal que o Conselho de Sábios emitir, passando assim o capital a alienar para os 47,01%. No entanto a decisão só em Junho será tomada.

Os dois últimos dias, foram marcados pelo debate sobre a escrita anónima aqui nos blogs, e depois pela notícia que o Expresso publicou ontem, que é sobejamente conhecida. Independentemente de ser rapidamente desmentida pela "vitíma", importa realçar, que de facto, quem escreve, tem responsabilidades acrescidas. Não porque aquilo que escreva seja lei, mas por que aquilo que escreve pode funcionar como um condutor de opinião. Naturalmente que todos, que apreciamos a liberdade, apreciamos a liberdade de expressão.

Um exemplo, de como a famosa liberdade de expressão pode induzir muitas vezes, os leitores em erro. O jornal Público, emitiu ontem às 23h29, uma notícia, que esperei, ver desmentida durante o dia de hoje, o que a não se verificar, atribui as seguintes afirmações ao primeiro-ministro Durão Barroso

O primeiro-ministro, Durão Barroso, anunciou hoje que o Governo só deverá tomar uma decisão quanto à alienação de 45 por cento do capital da Galp Energia no início de Junho

Nada de grave, a não ser que o concurso da Galp Energia, estipule, dois tipos de oferta que só em Junho se decidirá – 33,34% ou 47,01% . Nada de grave se alguns dos consórcios não concorressem apenas aos 33,34%.

Não sei se é erro do jornal, do primeiro-ministro, ou se eventualmente e contra tudo o que tem sido falado, esta pequena decisão já foi tomada – eliminando assim alguns consórcios à partida. O que sei é que se os consórcios fossem cotados em bolsa, as acções hoje teriam descido abruptamente causando perdas no valor da empresa.

Pergunto e à luz do que se têm discutido nos últimos dias, até onde pode ir a responsabilidade de quem escreve. Nos blogs ou nos jornais, anonimamente, ou de BI em riste mostrando a cara, a responsabilidade fica com quem profere opiniões, com que exercita teorias e deduções.

Assumir as responsabilidades do que se escreve, é assim mais que um dever, uma obrigação.

Publicado por António Duarte 22:00:00  

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