"O Sopro do Coração"
domingo, maio 16, 2004
«Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (Porque não)
Porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor mero gozo
Sorvedouro caprichoso
No sopro do coração
No sopro do coração
Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão
Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras
Corto em dois limão
Chego o ouvido
Ao frescor
Ao barulho
À acidez do mergulho
No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele É bem isso
E apesar disso eriça a pele
O sopro do coração
O sopro do coração
Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão
Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras...»
«O Sopro do Coração», Clã, in Lustro, 2000
Letra: Sérgio Godinho
Música: Hélder Gonçalves
N.A. Os Clã, um dos melhores grupos da nova geração da música portuguesa, lançaram, há dias, o seu quatro álbum de originais: «Rosa Carne». Mantém-se a presença tutelar de Carlos Tê e mantêm-se como referências nomes como Sérgio Godinho e Arnaldo Antunes. Mas há também novidades, como as letras de Adolfo Luxúria Canibal, o líder dos Mão Morta. As sonoridades são novas e fica a ideia de se ter entrada numa etapa de maturação. «Kazoo» já havia sido melhor do que «Luso Qualquer Coisa»; do mesmo modo que «Lustro» foi ainda melhor do que «Kazoo». Ainda não ouvi o «Rosa Carne» suficientemente para sentenciar se a tendência se mantém, mas a audição deste trabalho é obrigatória para quem gosta do melhor que se faz por cá...
Publicado por André 11:09:00
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