Limiano às Fatias

edição extra
Ainda Fátima Felgueiras...

A 5 de Maio de 2003  Fátima Felgueiras, ao saber por portas travessas da decisão do Tribunal da Relação, tomou a dolorosa decisão de caminhar para o exílio.

Apanhou o avião em Madrid, comprando o bilhete, com destino ao Rio de Janeiro. Utilizou, como meio de pagamento, um cartão Visa pertença de um familiar próximo e respeitante a uma conta no Valley Bank of the Kalispell, em Montana, nos Estados Unidos.

Sobre a forma como Fátima Felgueiras antecipadamente soube da decisão de que iria ter de ficar em prisão preventiva o Conselho Superior de Magistratura ainda mandou uma alminha caridosa ao presumível local da fuga de informação averiguar. Não que a investigação tenha sido  particularmente penosa já que se limitou à inquirição dos potenciais suspeitos sobre se tinham sido eles a avisar a Senhora de Felgueiras.

Não foi
, por exemplo, feito qualquer esforço para consultar quer os registos telefónicos, quer do tribunal em questão, muito menos os dos telemóveis dos tais suspeitos que assim foram todos ilibados.

Certo é que não consta que Fátima, a de Felgueiras, tenha sabido da notícia de qualquer forma sobrenatural.

Mas muitíssimo mais grave é que não foi feita na sequência da fuga qualquer investigação no sentido de apurar se, naquele banco longínquo, que emitira o VISA, não se esconderiam alguns dos proveitos da sua "actividades" azuis...


GALP, ou o ataque do clones ...

O dossier GALP entretanto passou do domínio da palhaçada para o da pornochochada pura e dura.

Por muitas juras, por muitos comités de "sábios" que se entronizem, por muito que se invoque a Goldman Sachs o que é imperioso é não omitir o essencialOs "sábios" e a Goldman Sachs vão apenas pronunciar-se sobre o que se passou a posteriori da decisão do Governo Português de vender atabalhoadamente e à pressa quase metade da GALP.

Nenhuma entidade independente e credível avalizou ou aconselhou este Governo sobre a forma da venda, as regras do jogo, a oportunidade da mesma, ou sequer sobre o método como os compradores foram selecionados.  Em  suma, o Governo definiu as regras do jogo como muito bem lhe apeteceu, com uma transparência zero, e pede agora a terceiros que sobre estes alicerces o caucionem. Chico-espertice pura e dura.

Entretanto sabe-se hoje que no Conselho de Sábios nomeado pelo Governo está um tal João Morais Leitão. Um outro João Morais Leitão aparece(u) referenciado como presidente da Assembleia Geral da GALP, um outro ainda como pertencente a uma firma de advogados tal que ...

"Morais Leitão, J Galvão Teles & Associados a major player in Portugal's privatisation programme. The firm advised the Italian energy group, ENI in the acquisition of share capital in the Portuguese gas and oil holding company GALP."

Nota: esta última informação encontra-se apenas disponível na cache do Google aquí. Depois de esta informação ter sido referenciada ao de leve no passado por esta Venerável Loja, o site em questão foi convenientemente depurado, mas não serviu de muito...

Curiosamente , numa press release  de 7 de Abril de 2004 a Linklaters torna a  ligar outro  João Morais Leitão  à ENI...

O Expresso hoje lança aquilo a que chama a "one million dolar question"...

"Foi o Carlyle que se enteressou pela GALP por causa da Sonangol ou foi a Sonangol que se interessou pela GALP por causa do grupo Carlyle."

mas diz-nos mais, sobre o sindicato financeiro BES/Barclays...

"O aspecto peculiar da questao financeira relaciona-se  com o facto do responsável do Barclays para este sector ser Rogério Alexandre,  a mesma pessoa, que aconselhou  Pina Moura, na procura de um parceiro estratégico para a Galp. Rogério Alexandre  estava então no Credite Suisse First Boston  e foi assim que surgiram os italianos da ENI"


more later.

linhas cruzadas

Depois do DCIAP ter ficado a chuchar no dedo, e não tendo nada a ver, o sulista Expresso está manifestamente decidido a descredibilizar a operação Apito Dourado. Não que Pinto da Costa seja a Madre Teresa de Calcutá, mas pelo teor kitch e timing das estórias que vem publicando.

Os caucionadores da maioria

O perturbador silêncio de Manuel Monteiro sobre o escândalo GALP é de uma conveniência extraordinária. Ao manter-se quedo, mudo e calado, Monteiro permite que a questão pareça ser uma mera trica Direita vs Esquerda. O sistema no seu melhor.

Outro silêncio díficil de explicar é o de José Pacheco Pereira. Talvez a operação GALP não seja tão importante como a patética reconciliação de Durão com Saramago, mas mesmo assim...

Publicado por Manuel 18:42:00  

0 Comments:

Post a Comment