Boletim de Governação
quinta-feira, maio 06, 2004
O Desemprego
Os jornais anunciam hoje uma quebra no desemprego. Sinais da retoma dizem alguns, "Uma diminuição que reflecte já a viragem da economia", diz Carlos Tavares.
Os centros de emprego registaram 462 056 desemprgados no final de Abril de 2004, número inferior ao registado em Janeiro ( 464 450 ). O Desemprego desceu é um facto.
Se por um lado é um dado assumido que a descida do desemprego - menos 9003 desempregados registados - acontece pela primeira vez no ano de 2004, tal facto deve ser enaltecido, mas tendo em atenção que :
a) A descida de 1,9 % regista-se no número de desempregados e não na taxa de desemprego, que pode imagine-se ter aumentado, se as "estimativas" que o INE faz para evolução da população activa tiver subido mais de 9003 habitantes.
b) O facto de a região que mais contribuí para este décrescimo ser o Algarve, com menos de 15,3 % de desempregados registados. Tal indica que o Algarve começou em Abril a efectuar o anualmente faz. Contratos de 6 meses para a época de Verão.
c) No entanto o desemprego homológo subiu 9 %, o que revela que a economia ainda não estará propriamente no ponto da retoma esperada e que todos desejamos.
Ou seja, o número de desempregados efectivamente desceu, devido ao fenómeno do emprego sazonal que a região algarvia possuí. Poderão os mais regimentados com o Governo afirmar que tal sazonalidade só foi possível devido a retoma da economia, o que eu até aceito. Mas se assim for, em Outubro quando terminarem os contratos, e sendo certo que não serão renovados, a economia algarvia não terá capacidade de criar emprego para os agora "sazonalizados".
A retoma económica
Com o preço do petróleo a atingir os 35 dólares por barril, a agência internacional da energia adverte : A subida acentuada dos preços do petróleo vai provocar consequências nefastas no crescimento económico. Os países da zona euro, altamente dependentes das importações petrolíferas, irão sofrer, no curto prazo, o efeito directo desta subida, com o PIB a cair 0,5% e a inflação a subir 0,5% em 2004.
A Bomba(rdier) de Carmona
Talvez escaldado com o caso do túnel, o ministro não esconde nada e responde as perguntas todas ainda que isso coloque em causa outros colegas.
Carlos Tavares, ministro da Economia, dizia ontem no debate parlamentar "a trabalhar diariamente ao mais alto nível» para tentar reutilizar a capacidade produtiva da Bombardier, mas escusou-se a adiantar detalhes desse processo «para não destruir uma solução".
Carmona Rodrigues taxativamente afirmou " A CP e a EMEF podem assegurar a manutenção da fábrica da Bombardier, na Amadora. O Governo tem desenvolvido contactos com a Bombardier, através dos embaixadores portugueses no Canadá e na Alemanha, para encontrar uma solução que evite o encerramento da unidade no final deste mês".
Sintomática, esta falta de articulação e fuga de informação.
Publicado por António Duarte 11:09:00