A edição do jornal Público deste sábado trás à capa uma estranhíssima não notícia onde ficamos a saber que Durão Barroso esteve sob escuta por engano em finais de 2000. Pelos vistos altas patentes do PSD teriam (ainda têem ?) à disposição uma pool de telemóveis da TMN de borla e um desses, que andou pelas mãos do escutado Isaltino, foi parar às mãos de Durão o que originou o equívoco.

A notícia garante-nos que  ...

"Quando se aperceberam de que o telemóvel do ex-presidente da Câmara de Oeiras estava na posse do presidente do PSD, os investigadores comunicaram o facto ao juiz de instrução que tinha autorizado a escuta a Isaltino. "Não foi feita qualquer transcrição e os registos foram imediatamente apagados", disse ao PÚBLICO uma fonte policial. "Por razões óbvias, as gravações feitas não tinham qualquer interesse para o processo", explicou a mesma fonte.

De qualquer forma, foram feitas várias intercepções de telefonemas. Uma das mais relevantes terá sido mesmo a gravação de uma conversa entre Durão Barroso e o então primeiro-ministro, António Guterres, que lhe telefonou de Bruxelas para transmitir informações sobre uma negociação que decorria nas instâncias comunitárias e que envolveria a necessidade de algum consenso político interno."

Pelo que vem na notícia, e passem as relações estranhas desde há muito entre o grupo Portugal Telecom e o poder político - e não vou aquí falar do Brasil, não se passou nada de especial apenas e só um equívoco.

No entanto a tal notícia, que normalmente mereceria uma nota de rodapé ou uma caixa numa secção de bocas ou curiosidades, é não só capa do Público como é assinada por Eduardo Dâmaso, José António Cerejo e ainda pelo nosso António Arnaldo Mesquita pelo que uma e uma só questão se levanta...

A direcção do Público enlouqueceu para fazer deste episódio, a priori,  absolutamente menor manchete ou isto é apenas e só um recado - urbi et orbi - para Barroso lembrando-lhe que esteve sob escuta e legitimando eventuais transcrições apócrifas que possas aparecer num futuro próximo caso ele não se porte bem ?

Entretanto o Venerável Rui Gomes da Silva, antiga peça de mobilário da Comissão Parlamentar de Defesa, Santanista-môr, e outras coisas, mais ou menos modernas, que tal, ainda não pôs o seu lugar de deputado à disposição do líder do PSD, ou pelo menos deu sinais de que o poderia suspender até que o imbróglio revelado pelo Expresso esta semana e relacionado com as suas actividades colaterais enquanto membro do Conselho Superior do Ministério Público  se esclareçam. É a chamada doutrina Portas... Ainda sobre a notícia do Expresso que favores devia Baptista Lopes, antigo representante da Airbus em Portugal, a Rui Gomes da Silva para se sentir na obrigação de emprestar a pedido deste, e a terceiros, 270 000 dólares e logo sem juros ? Uma dica - peguem num calendário...

Publicado por Manuel 16:57:00  

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