A Verdade, mas o que é a Verdade ?

Alguns analistas inferem da pirueta eleitoral espanhola uma vitória da Verdade, erigida como valor politico principal.

Mas qual Verdade ?  A  do humanismo de Aznar que prometeu totais regalias e cidadania espanhola às famílias dos estrangeiros ilegais vitimas do atentado ?  A  do cinismo  de quem orquestrou a manif de sábado, dia de reflexão  (com 10 mil, não 10 milhões embora quem visse as televisões não notasse a diferença) ?

A última teoria que grassa é a de que os terroristas não são assim tão inteligentes para manipularem um resultado eleitoral em seu favor. Pois ...

Convém pensar assim!
É reconfortante pensar que se nada se fizer os problemas desaparecerão por arte de mágica, mas é irresponsável.

Porque o que foi eleito como valor político principal foi o imediatismo, a capitulação e a cobardia.

Zapatero, antigo herói do Professor Marcelo (lembram-se?), já anunciou que iria retirar do Iraque, como se com a Europa e a Espanha, fechadas sobre si mesmas como uma concha, se resolva alguma coisa. É ainda mais bonito dissertar sobre os erros do passado mas, e o futuro ?

Entretanto e por cá, e numa esfera completamente diferente, o dia 11 de Março também teve o seu je ne sai quoi pas...

O impagável 24 Horas informou a humanidade do teor dos depoimentos de Felícia Cabrita no âmbito do Processo Casa Pia (omitindo o grosso dos nomes) e O Crime escarrapachou na primeira página cópias de declarações apensas ao Processo que envolvem directamente Ferro Rodrigues, Líder do Partido Socialista.

A estratégia é simples : Tal como de política internacional, a plebe não percebe nada de Leis e assim mistura-se tudo! Se fulano não foi formalmente acusado então é - só pode ser - porque não há "provas", voilá, inocente.

Omite-se o pequeno detalhe de que a não acusação se pode ter devido só e apenas a ter passado o delta dos seis meses. A publicitação do nome de Ferro não visa sequer atacar Ferro, é antes, só e apenas uma forma hábil e percersa de usando o nome de Ferro - o não acusado - credibilizar os depoimentos dos detidos que tiveram mais azar na fria aritmética das datas...

Um destes dias vamos ler, quiçá n' O Independente a publicação dos nomes que o 24 omitiu. É o fechar do círculo já que ao mesmo tempo que se inicia a instrução, se arranja uma forma perversa de tornear o sensato congelamento imposto por Souto Moura às queixas por "difamação" até, como seria óbvio e natural, se apurar em julgamento da veracidade das mesmas, e se cria nova peixeirada. En passant teremos os esclarecimentos do advogado choramingas no Público, claro está, o mesmo Público que ontem dava voz ao Venerável Rui Gomes da Silva...

Lá como cá parece que se prefere viver num mundo de ficção...

Lá como cá o preço a pagar não vai ser baixo, porque o Crime afinal compensa!

Publicado por Manuel 20:10:00  

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