pontos nos ís ...
segunda-feira, fevereiro 23, 2004
Num exercício inédito o Bloguítica decidiu colocar no seu próprio site um "direito de resposta" relativamente a uma prosa nossa ...
A Grande Loja, no seu texto “O Cavalo de Tróia” (19.2.2004), manifestou a sua discordância relativamente a alguns dos meus pontos de vista e acusou-me de falta de lucidez, mimo que passo a retribuir-lhe de imediato…
Tal como a Grande Loja, já se percebeu que por aqui não se grama Pedro Santana Lopes (PSL) nem com molho de tomate.
Tal como a Grande Loja, a razão principal para esta animosidade é o facto de PSL – como muitos outros – representar tudo, ou quase tudo, o que de errado existe na política e nos políticos.
Porém, ao contrário do que afirma a Grande Loja, não se declarou a sua morte política ou a irrelevância das suas posições.
O que não se comete é o erro oposto e no qual cai a Grande Loja: valorizar em excesso a personagem. De resto, excepto numa situação, não existem grandes divergências de análise entre a Grande Loja e o Bloguítica.
A grande divergência, que me permite retribuir o mimo de “pouca lucidez” à Grande Loja surge quando se traça o seguinte quadro:
“…o cenário de um golpe de estado interno no PSD, na premissa de que com Santana a líder poderiam existir boas hipóteses de renovar a actual maioria pela coligação no poder não é totalmente invendável ao aparelho.”
Isto é puro delírio… Se alguém pensa que Santana Lopes poderá chegar ao poder através de um golpe de estado interno no PSD, então, de imediato, perca as ilusões. A queda de Durão Barroso, de acordo com esse cenário, inevitavelmente, seria seguida pela clássica alternância política entre o PSD e o PS. Por muito esfrangalhado que o PS esteja…
Tal como a Grande Loja, já se percebeu que por aqui não se grama Pedro Santana Lopes (PSL) nem com molho de tomate.
Tal como a Grande Loja, a razão principal para esta animosidade é o facto de PSL – como muitos outros – representar tudo, ou quase tudo, o que de errado existe na política e nos políticos.
Porém, ao contrário do que afirma a Grande Loja, não se declarou a sua morte política ou a irrelevância das suas posições.
O que não se comete é o erro oposto e no qual cai a Grande Loja: valorizar em excesso a personagem. De resto, excepto numa situação, não existem grandes divergências de análise entre a Grande Loja e o Bloguítica.
A grande divergência, que me permite retribuir o mimo de “pouca lucidez” à Grande Loja surge quando se traça o seguinte quadro:
“…o cenário de um golpe de estado interno no PSD, na premissa de que com Santana a líder poderiam existir boas hipóteses de renovar a actual maioria pela coligação no poder não é totalmente invendável ao aparelho.”
Isto é puro delírio… Se alguém pensa que Santana Lopes poderá chegar ao poder através de um golpe de estado interno no PSD, então, de imediato, perca as ilusões. A queda de Durão Barroso, de acordo com esse cenário, inevitavelmente, seria seguida pela clássica alternância política entre o PSD e o PS. Por muito esfrangalhado que o PS esteja…
Apesar de haver quem humildemente ache que Vasco Pulido Valente é um "nabo" e que apenas "regressou ao seu melhor nível: banalidades, banalidades e mais banalidades." recomenda-se ao Paulo Gorjão a leitura atenta da prosa do Vasco do passado sábado. Está lá tudo, pelo que no delírio estamos muito bem acompanhados...
Mas, para contextualizar, e porque os excessos de realismo, e o culto da realpolitik, a que se costumam chamar cinismo ou calculismo, ou simples comodismo, costumam acabar mal (a história está repleta de exemplos a começar na tolerância e complacência para com Hitler nos tempos iniciais do seu consulado), e que se manifestam quer na forma complacente e respeitosa como se defende o tratamento da China apesar dos direitos humanos, no caso a falta deles, quer seja na análise dos fenómenos políticos internos e corriqueiros segue abaixo um pequeno compêndio de "delírios" ocorridos num passado recente ...
- Cavaco, o tal que Soares não sabia quem era, ganha o Congresso da Figueira da Foz, basicamente devido a um excesso de confiança da troupe de João Salgueiro. Quando força a queda do Governo de que fazia parte o PSD (o célebre bloco central), recusa uma coligação com o CDS de Lucas Pires (que queria um terço dos lugares) e vai a votos... Ganha! Os analistas à época não davam um tostão furado pelo homem, o PS até só queria mais oito por cento para ter uma maioria. Em dez anos mudou Portugal.
- Congresso do Coliseu, epitáfio do cavaquismo. Barroso, o desejado das élites, da Imprensa e do povão, é esmagado por um Nogueira que tinha o aparelho a seus pés.
- Barroso, contra o calculismo e cinismo de muitos (incluindo deste modesto escriba) que achavam que era sempre cedo para o reformar, chegou a primeiro-ministro. O desastre está à vista...
Santana, a demonstrar que o seu verdadeiro alvo, não é Cavaco, veio louvar as reações sensatas deste à sua entrevista, e subrepticiamente puxar as orelhas, e ameaçar com um ajuste de contas, aqueles que não compreenderam a sua jogada i.e. hesitaram, leia-se a dupla Barroso/Morais Sarmento, ou que a atacaram explicitamente como Pacheco. As peças começaram a mover-se e não é por acaso que Guilherme Silva diz hoje o que diz ...
Mas o facto político da semana foi sem dúvida protagonizado por José Pacheco Pereira. Pacheco, embora ressalvando as dificuldades de Durão, veio dizer alto e bom som que são precisas mudanças na estrutura do actual Governo a começar por mexidas na Defesa e Justiça.
Traduzindo para português, isto significa pôr o Dr. Portas como Ministro de Estado ou vice-Primeiro Ministro (sem Pasta), ou então tranferi-lo para outro Ministério dado que a sua remoção do governo é impossível dada a sua qualidade de líder do PP e seu pouco desapego ao poder. Qualquer destes dois cenários é inviável, noutras pastas o Paulinho iria incorrer invariavelmente nos mesmos comportamentos desviantes que provocam o pedido da sua remoção da pasta da Defesa, como Ministro sem pasta, a sua posição seria fragilíssima já que não se antevê como tal situação se poderia compatibilizar com os tempos de crise que vivemos...
Assim, o que Pacheco vai dizendo é que Barroso não tem condições para remodelar, porque sendo chefe mão manda. Mais umas semanas e ainda vamos ver Pacheco a pedir a remodelação de Durão - é o corolário lógico e natural.
Há apenas uma salvação possível para Durão mas de remota probabilidade: Sabe-se que Portas, e a sua troupe, devida à lendária queda do Paulinho para os números, irritaram solenemente uns certos amigos do Sr. Rumsfeld. Se Durão não andasse a dormir na forma talvez essa irritação lhe pudesse ser muito útil mas falta saber se para os Americanos há diferenças entre Portas e Durão...
Ainda sobre Durão, é suposto o homem saber uma coisa ou duas de política externa. Tem-se visto! A cimeira da Figueira da Foz foi da mais completa palhaçada, amadorismo e rendição aos interesses de Espanha, ao se optar pelo TGV, quando o investimento estratégico da década devia ser o aeroporto da Ota, e antes de Espanha se decidir, já decidiu ?, a construir um grande aeroporto do outro lado da fronteira e que reduziria eternamente o da Portela a mero aeroporto regional... Depois é a inenarrável Teresa Patrício Gouveia, criatura estimável, que percebe tanto de diplomacia como eu de escrita linear cretense. É a apologia do investimento estrangeiro em Portugal por causa... da mão de obra barata, é o ler num discurso solene o introito de um decreto-lei, é o facto de o MNE não ser tido nem achado quando o PM vai a Espanha, e a saca rolhas subscreve uma declaração que só serve os interesses de Espanha, é o José Cesário que se não existisse teria que ser inventado, é enfim...
Publicado por Manuel 20:01:00
0 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)