«O primeiro-ministro tem medo de receber a Nova Democracia ou, então, não tem autorização, estará proibido dentro do próprio Governo de receber a Nova Democracia», disse Manuel Monteiro, recusando esclarecer a se esta referência visa Paulo Portas, seu sucessor na liderança do CDS, parceiro do PSD na coligação governamental.

Para o presidente do PND - que falava durante uma iniciativa de rua destinada a sensibilizar as pessoas para a necessidade de referendar a nova Constituição Europeia - «não deixa de ser extraordinário que quando se envia uma carta a este nível não haja uma resposta».

«Se o primeiro-ministro não quer falar com a Nova Democracia tenho de lamentar e de considerar que é um caso inédito na Democracia portuguesa», disse Monteiro, que afirmou ter já enviado duas cartas a Durão Barroso solicitando-lhe uma audiência para apresentação do Partido da Nova Democracia.

Explicou ter enviado o pedido ao primeiro-ministro, da mesma forma que o solicitou ao Presidente da República e ao presidente da Assembleia da República, que o receberam oficialmente.

O objectivo é «apresentar cumprimentos e explicar o que é a Nova Democracia, que é um partido de gente de bem, que não somos ladrões, não andamos a assaltar casas, não vamos pedir emprego ao primeiro-ministro, nem estamos à espera que ele nos coloque como administradores hospitalares nestes novos hospitais empresa que criou».

«Se as pessoas deste sistema político não querem falar comigo, paciência. A Nova Democracia está hoje pela primeira vez no ranking das sondagens», disse.

«Em termos muito concretos se votam habitualmente cinco milhões de eleitores a Nova Democracia vale neste momento cerca de 100 mil», continuou Monteiro.

«Para um partido que está a começar, que vem de fora do sistema, que não tem nenhum capitalista por trás a apoiá-lo, convenhamos que não é nada mau», considerou.