Há milhentas razões para não gostar de Maria José Morgado, no entanto a humanista Clara Ferreira Alves lá conseguiu arranjar maneira de se ser obrigado a simpatizar com a Procuradora-Adjunta agora virada escritora.
Numa prosa onde destila ódio misturado com uns pózinhos de má-fé, CFL remata-a escrevendo:
Pessoas como Maria José Morgado faziam-me, naquela altura, muita impressão e muita pena. E continuam a fazer, apesar de ela dizer que mudou. Há outra coisa que estas pessoas me fazem: medo. Muito medo. Ainda bem que a revolução deles não venceu.
A propósito, eu não acredito que as pessoas mudem assim tanto.
Ao contrário de outros, MJM deu o salto, e ao contrário de outros continuou empenhada em causas, ainda que por vezes as confunda com moinhos de vento e vice-versa, ao contrário de outros mudando nunca desistiu. Hoje depois de ler o trash da Ferreira Alves eu desgosto um bocadinho menos da Procuradora-Adjunta, porque onde a outra vê um je ne sai quoi pas de fundamentalismo eu vejo, apenas e só, humanidade e coragem de olhar não só para trás como para o próprio espelho, e isso em alguém que eu sempre achei vaidosa e levemente arrogante é muito, muito mesmo.
Publicado por Manuel 22:38:00