Carlos Abreu Amorim, resolveu presentear os seus leitores com uma evocação de Francisco Sá Carneiro. Só que não se conteve, e na recta final lá tinha que vir o inevitável e trauliteiro ataque ao Partido Social Democrata.

Afirma CAA :

Sá Carneiro fundou o PPD, mas não se circunscrevia a este. Era uma enorme esperança para muitos mais que não se reviam naquele partido. Depois da sua morte o PPD/PSD tornou-se a imagem daqueles que o eram, e os muitos que nunca o tinham sido (antes pelo contrário) mas que souberam aproveitar a sua janela de oportunidade para lá entrar – o PSD nunca mais foi “Sá Carneirista”. Nunca mais contestou ou fez rupturas com o regime – adaptou-se-lhe e tornou-se um dos seus pilares fundamentais. Nunca mais foi um factor de mudança. Nunca mais quis ser a voz incomodativa, “intratável” como chamavam a Sá Carneiro. O PSD prescindiu para sempre das suas nobres origens de dar voz à insatisfação democrática, de fazer gáudio do seu descontentamento com o que está. O PSD dos últimos 20 anos é um partido acomodado de comodistas sem a mínima vontade de alteração do status quo . O PSD de hoje, efectuado há muito o assassínio ritual do seu pai fundador, é a negação viva de quase tudo o que Sá Carneiro representava.



De ir às lágrimas, e até ligeiramente convincente para quem não seguiu o PSD nos últimos vinte anos, só que as vezes o excesso de voluntarismo e zelo trama uma pessoa. Se CAA for aos arquivos do Indy, vai lá encontrar várias vezes prosas, auto-justificativas, muito parecidas com a dele, seguindo rigorosamente o mesmíssimo raciocínio, assinadas por Paulo Portas, líder do seu ex-Partido ...

O PSD até pode ser o pior Partido, mas é-o - só e apenas - se se exceptuarem todos os outros...

Publicado por Manuel 05:05:00  

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