O plano Z...
... ou pequenos crimes entre amigos
quinta-feira, novembro 13, 2003
Agora que já arrefeceu o delirio colectivo, sob todos os angulos, à volta da Nova Democracia, o partido da pomba gira, passado que está o seu congresso fundador convem, a frio, realçar alguns pontos aos mais distraídos.
O tema já foi profusamente tratado pelo Cataláxia, no Caso Arrumado, e claro está por José Pacheco Pereira .
A maior pérola está sem dúvida no Descrédito (um blog que nos considera de esquerda (!)) que afirma peremptoriamente :
A partir de ontem, após o 1º Congresso do Partido da Nova Democracia, Manuel Monteiro torna-se formalmente no maior pesadelo de Paulo Portas.
A Nova Democracia surge no momento ideal para ocupar 'fisicamente' o espaço político do antigo CDS.
Estando o PP coligado ao PSD nas próximas eleições europeias, Manuel Monteiro vai às urnas podendo capitalizar tanto o descontentamento com o Governo como o Eurocepticismo junto do eleitorado de centro-direita.
É irónico ver aquele que, com Paulo Portas, destruiu o CDS em PP, vem agora à procura do mesmo espaço político.
Veremos pois se o PP, como diz Pacheco Pereira, é hoje um partido político unipessoal.
E vamos ter o espectáculo adicional da marcação cerrada nas Feiras, Praças e Mercados de todo o País, onde tanto Paulo Portas como Manuel Monteiro se especializaram em vender 'o seu peixe'.
A Nova Democracia surge no momento ideal para ocupar 'fisicamente' o espaço político do antigo CDS.
Estando o PP coligado ao PSD nas próximas eleições europeias, Manuel Monteiro vai às urnas podendo capitalizar tanto o descontentamento com o Governo como o Eurocepticismo junto do eleitorado de centro-direita.
É irónico ver aquele que, com Paulo Portas, destruiu o CDS em PP, vem agora à procura do mesmo espaço político.
Veremos pois se o PP, como diz Pacheco Pereira, é hoje um partido político unipessoal.
E vamos ter o espectáculo adicional da marcação cerrada nas Feiras, Praças e Mercados de todo o País, onde tanto Paulo Portas como Manuel Monteiro se especializaram em vender 'o seu peixe'.

É quiçá patético, sinal dos tempos em que vivemos, mas a Nova Democracia, que não Monteiro, é actualmente o seguro de vida de Portas e o tapete que lhe permitiria a almejada convergência/fusão com o PSD, isto se o destino não lhe vier a tramar o itenerário (a Moderna nao foi nada com o que pode vir aí ...).
A ND modera Portas, que não a coligação e simultaneamente funciona como escape para uma serie de coisas que Portas e o PP, no Governo, pensam mas não podem dizer, mas de que podem ir atrás depois de a ND funcionar como lebre.
A ND funciona também como escape do sistema (não é por acaso que muito do soft money que a mantem à tona vem dos mesmos pragmáticos que financiam o BE), uma espécie de plano Z que garante que em caso de colapso (e não se fala por aí em terramotos ?) dos partidos do arco do sistema as pontas serão suficientemente pragmáticas para garantir que tudo permaneça essencilamente na mesma.
Temos claro o Dr. Monteiro, esse homem do povo, que não andou de Jaguar mas que "lidera" um Partido que tem nos activos dos seus dirigentes o melhor parque automóvel de entre todo e qualquer Partido Português, que vai cometer pela segunda vez o mesmíssimo erro : ser testa de ferro de terceiros.
Primeiro, foi-o de Portas e foi o que se viu, agora é-o, de facto, de uma certa quinta coluna pseudo-tecnocrática, orquestrada à distância pelo seu padrinho e mentor, o enigmático, frio e calculista, Professor Adriano M., quinta coluna esta que como diz o Caso Arrumado se considera a reserva iluminada da nação.
Em suma Monteiro, é descartável, e a prazo será pacatamente substituido por uma cara nova tecnocrata e telegénica q.b. e e vai ser delicioso então apreciar o seu epitáfio.
A ironia, suprema ironia, é que não fossem as tais contingências do destino, e Monteiro funcionava, por entrepostas pessoas - que já devia conhecer melhor - como a marioneta perfeita de Portas e dos seus. Um bom resultado de Monteiro nas Europeias, e uma não muito grande diferença entre a coligação e o PS, seriam ouro sobre azul para as ambições de Portas.
Conceptualmente a estratégia até tem piada, mas a chatice são os imponderáveis e não há apelo presidencial, ou ida a Fátima, que, nesta altura, os possa evitar ...
Publicado por Manuel 02:58:00
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