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Brigas entre 'barões' preocupam Barroso


As mais recentes «bicadas» entre algumas das figuras dominantes do PSD, com reflexos nas páginas dos jornais, estão a preocupar o primeiro-ministro. Durão Barroso apelou há meses à contenção dos notáveis do partido em torno de temas particularmente sensíveis, como as eleições presidenciais.

O apelo foi em vão: nas hostes «laranja» não se fala noutra coisa, estando cada vez mais divididas as opiniões entre os adeptos de Santana Lopes, que gostariam de ver o actual presidente da Câmara de Lisboa em Belém, e os militantes que apostam na candidatura presidencial do ex-primeiro-ministro Cavaco Silva. No próprio Governo as opiniões dividem-se: há ministros - como Nuno Morais Sarmento, Manuela Ferreira Leite ou Teresa Gouveia - que preferem de longe uma candidatura presidencial de Cavaco.


Santana, apesar de ser o primeiro vice-presidente do PSD, não tem feito um grande esforço de contenção. Na semana passada, no seu habitual espaço de opinião no Diário de Notícias, o autarca de Lisboa disparava contra Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa a propósito da revisão constitucional. «Marcelo, Marques Mendes e outros muito ligados à revisão de 1997 não querem agora nenhuma revisão. Mas porquê?», escrevia Santana.


ATMOSFERA TENSA Também uma notícia na última edição do Expresso sobre o facto de Morais Sarmento ter gozado dez dias de férias durante o debate do Orçamento de Estado está a causar celeuma. No gabinete de Durão Barroso há quem pense que a notícia que punha em causa o titular da pasta da Presidência teve origem noutro ministério, o que augura alguma tensão nos próximos Conselho de Ministros...


A juntar a isto, que já não é pouco, Durão tem a noção de que há falhas de comunicação entre o Governo e a opinião pública. «O trabalho pode ser bem executado, mas a mensagem não passa», como confidenciou ao DN uma fonte governamental. O ministro adjunto, José Luís Arnaut, geralmente apontado como um dos responsáveis por esta falha, justifica-se em privado pela «acumulação de tarefas», dado fazer parte do núcleo político, ter a tutela do Euro-2004 e ser ainda secretário-geral do PSD.

Os críticos de serviço, sobretudo quando oriundos do próprio partido, lá vão causando as perturbações da praxe. É o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda no passado domingo, na TVI, acusava o Governo de «não ter secretários de Estado», ao contrário do que sucedia no tempo de Cavaco. Ou de Luís Filipe Menezes, que recentemente, no Público,escrevia com todas as letras que há neste momento «um jogo de marcação recíproca» entre Cavaco e Santana que pode ser útil a terceiros, até porque «a esquerda ainda não perdeu» a corrida presidencial.

Publicado por Manuel 02:00:00  

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