"Alberto João, O Homem" ...

quase que por acidente descobrimos neste blog um pequeno compêndio sobre Alberto João Jardim que não resistimos a citar.

As prestigiadas e conhecidas Edições Golfinho (sim, existem) lançaram em 1997 uma obra que só a estupidez atávica deste «reino cadaveroso» persiste em ignorar. Na altura, como todos os grandes clássicos, suscitou escândalo. O livro tinha sido pago pelo Governo Regional da Madeira. A circunstância de se chamar «Alberto João, o Homem» era uma simples coincidência. Invejas.

Regressemos, regressemos sempre, a «Alberto João, o Homem». Entrevista conduzida por Teresa Mascarenhas e Ana Macedo e Sousa (à semelhança das Edições Golfinho, não há razões para duvidar da sua existência), «Alberto João, o Homem» é um documento ímpar. Já é difícil encontrar exemplares e as Edições Golfinho, como o próprio nome indica, submergiram definitivamente depois da publicação deste clássico da «literatura maldita». Só podemos, por isso, deixar uns trechos da referida obra:

«Lia muito, era o Cavaleiro Andante, por exemplo, que tinha histórias muito pedagógicas, não era a bodega que se vê hoje na banda desenhada»

«Eu hoje falo tão à vontade com um Rei ou com um Presidente como falo com o trabalhador rural mais pobre que exista na Madeira ou em qualquer lado»

«Obrigavam-me a estudar o esqueleto do pombo, a folha do morangueiro, os intestinos do caracol, e isso era um insulto à minha inteligência»

«A minha mãe ao princípio não via a minha mulher com bons olhos»

«Foi um namoro à moda antiga até ao dia do casamento, isso eu garanto. Eu tinha pouco juízo era com as outras...»

«Eu acho que a idade que conta numa pessoa, seja homem ou mulher, é a idade mental»

«Eu não sou propriamente atraente»

«Cuecas e meias é a minha mãe que me oferece. É um privilégio dela»

«Vou sempre de fato escuro, porque acho que me favorece, embora a minha mulher goste mais de me ver de fatos claros»

«Eu sou um homem com imenso sentido de humor»

«Gosto de comer bem»

«Sou um bocadinho esquisito de boca»

«Penso que a boa cozinha, seja em que país for, faz parte da cultura do povo desse país»

«Nós hoje em Portugal temos uma classe política fraquíssima»

«Sei fazer um ovo estrelado»

«Também nado bem»

«Uma coisa de que eu gosto muito é de abrir os olhos debaixo de água»

«Eu hoje em dia fujo um bocadinho dos chantillies e dos molhos»

«Posso pôr uma água de colónia de manhã, se estiver à mão, gosto do Boss, no Inverno, gosto do Aramis»

«Eu não aprecio só os prazeres físicos, também aprecio os prazeres intelectuais»

«Aprecio muito os ritmos latinos»

«A Ásia não é uma coisa que me fascine muito»

«Eu não gosto de perder tempo com coisas secundárias»

«Eu gosto dos grandes objectivos»

«Eu gosto de discutir milhões de contos»

«O meu avô contava-me uma história que era a história da garrafinha de chichi»

«Eu adoro dormir»

«Eu gosto de cumprimentar toda a gente»

«Aturar uma mulher burra é uma coisa insuportável»

«Feminista sou eu, porque eu adoro as senhoras»

«Eu tenho visto raparigas negras e mulatas tão bonitas!»

«Não tenho paciência para aturar uma mulher bonita que seja estúpida»

«O pecado é a consciência do mal»

«Eu para já sou um ecuménico»

«O padre é um homem como os outros»

«Eu condenaria o Hitler a prisão perpétua»

«Sei distinguir o erotismo da pornografia»

«Eu não tenho complexos quanto ao sexo»

«Eu conheci o Doutor Sá Carneiro como não muita gente terá conhecido»

«Não sou muito dado à poesia»

«Eu gosto muito de ler»

«Nós temos de lidar com grandes contingentes humanos»

«Se nós começarmos por dar ao povo coisas que ele não compreende, o que é que vai acontecer?»

«A Eternidade para mim é a fusão na Essência do Bem»




AGORA, A MELHOR DE TODAS:

«Acho que sou equilibrado»

Publicado por Manuel 10:17:00  

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