A herança de Pol Pot ...

Na prosa mais imbecil, asquerosa e reacionária dos últimos tempos, a lembrar aliás um qualquer discurso de Pol Pot, Clara Ferreira Alves hoje no Diário Digital cega pelo ódio dá um novo sentido à expressão "revisionismo".

Diz Clara Ferreira Alves ...


A luta de morte


O pior cego é aquele que não quer ver. Anda por aí muito boa a gente convencida de que o PS devia demonstrar, provar, dizer em público e reiterar, que não é o partido que está envolvido no escândalo da pedofilia, e que não existe entre o partido e a máquina judiciária e judicial uma guerra. O PS não pode fazer isto por uma razão simples. O partido está irremediavelmente comprometido no escândalo da pedofilia, e a guerra entre o partido e os acusadores, existe. E não pode deixar de existir.

Em primeiro lugar, o porta-voz do PS, o seu líder parlamentar e o seu secretário-geral são os nomes que a máquina judicial e judiciária e, sobretudo, personagem nefasta do procurador, tentaram comprometer, e conseguiram, no processo. Não estamos a falar de backbenchers, estamos a falar da espinha dorsal do partido. Paulo Pedroso passou quatro meses e meio em prisão preventiva, foi linchado publicamente, as escutas telefónicas foram divulgadas e a sua defesa foi posta em causa. António Costa e Ferro Rodrigues foram ouvidos no DIAP, e, num determinado momento, o nome de Ferro Rodrigues apareceu nos jornais como um dos citados como uma das testemunhas do processo. Apareceu como pedófilo, nem mais. A certa altura, chegou mesmo a pensar-se, e a notícia correu os «mentideros», que Ferro Rodrigues poderia ser preso.

Não se vislumbra como é que o partido se pode pôr de fora disto, como se nada tivesse a ver com isto, continuando uma oposição ao Governo de assobio nos dentes enquanto fingia que tudo estava bem no Largo do Rato. Os dirigentes que discordam da liderança de Ferro aproveitaram logo para dar a ferroada mas, nem um segundo o PS conseguiu concluir que aquela era a sua luta e aquela era a sua gente e que ou estava solidário com os seus chefes ou demarcava-se para sempre deles. O resultado desta ambiguidade é hoje visível e é fatal. Ou o PS acredita que tem de limpar o nome de três dos seus principais dirigentes, ou não acredita.

Porque, aconteça o que acontecer, a guerra entre o partido, o procurador e os acusadores e investigadores da pedofilia é total e é até à morte. Ou caem os socialistas, ou cai toda a máquina que investigou e desenhou este caso. Porque, como se viu após a libertação de Pedroso, o «outro lado» não hesita no golpe baixo e na má língua. A divulgação destas escutas telefónicas destinadas a destruir Ferro Rodrigues e a envolver outra vez o nome de Jorge Sampaio são um sinal de que a democracia portuguesa está profundamente doente.

Não é apenas por boas razões que a máquina judicial e judiciária anda a violar o segredo de justiça, é também porque quer transformar Pedroso e Ferro, e os outros, em canalhas e culpados. Esta gente sabe que se perder este processo, perde a carreira e perde a dignidade. Sabe que se perder esta guerra perde o emprego e a credibilidade, e perde a vida. Por isso, utiliza todos os truques e subterfúgios e vai «vomitando» esta papa para os jornais, que a publica, evidentemente. A única reacção que podemos ter é a do asco.

O PS tem de perceber que este é o seu combate, mesmo que não pareça. E que se não ganhar este, não ganha nenhum outro. Porque, se deixar cair Ferro, Pedroso e Costa, e continuar a fazer oposição como se nada fosse, perdeu a autoridade e a legitimidade moral. O modo como o PS tem administrado este caso é desastroso, tem sido desastroso. Passa da euforia ao desnorte em segundos. Todos falam e ninguém diz nada. Todos falam demais e agem de menos.

Ou o PS parte o elo que o une, e parte-se aos bocados, ou reúne as tropas e começa a raciocinar friamente. Porque, de facto, a cabala não deve existir mas existe gente que não tem escrúpulos nem vergonha. E essa gente tem de ser denunciada. E têm de existir mecanismos de controle desta gente, mecanismos democráticos. Uma «cabala» pode ser constituída por um intriguista bem colocado. Além do PS, estão a destruir a democracia. O PS tem de começar a preparar a sua defesa.



A visão unilateralista, mesmo de Jihad pura e dura, de Clara Ferreira Alves talvez sirva para convencer um marciano mas por outro lado o que é que impede alguém de seguindo exactamente o mesmíssimo raciocínio afirmar que :

Os acusados, de quem Clara Ferreira Aves toma todas as dores, "essa gente sabe que se perder este processo, perde a carreira e perde a dignidade.

Sabe que se perder esta guerra perde o emprego e a credibilidade, e perde a vida.

Por isso, utiliza todos os truques e subterfúgios e vai «vomitando» esta papa para os jornais, que a publica, evidentemente.

A única reacção que podemos ter é a do asco
" ?

Publicado por Manuel 17:42:00  

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