Critica de Televisão
quarta-feira, dezembro 15, 2004
A minha televisão é cinzenta, esquálida e grande. Muito a amo, ela, com límpida luz me traz a alegria do mundo.
Críticada a forma, venha o conteúdo, por tópicos. Hoje...
Humor
Um programa da RTP fez a biografia do humor em Portugal e convidou personalidades como Raul Solnado, Nicolau Breyner, Nuno Artur Silva ou Almeida Santos (!).
Eu assistí à coisa com a mesma estranheza de estar vendo a História de Portugal contada por sacerdotes russos, em russo, ou a História da Lírica por jogadores do Belenenses no final do encontro com o Benfica.
Publicado por Visconti 17:54:00
8 Comments:
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Também assisti àquilo. Os gajos não me pareceram sacerdotes ortodoxos, mas quanto a ortodoxia estão muito bem servidos, quanto a mim.
Então aquilo é que é o novo humor português?!
Havia lá um tipo que se chama Ricardo A.Pereira e escrevia num blog coisas interessantes-bem escritas,fulminantes no raciocínio sarcástico e detonantes de petardos linguísticos sempre que abriam polémicas. Mas ficava por aí. Não me parecia que fossem melhores do que por exemplo os do blog Os Marretas, no estilo e tipo de humor. Não são maus: são apenas sofríveis e isso para quem tem pretensões devia ser o fim das ilusões.
Não foi e parece que andam agora os fedorentos todos a pensar que são uns grandes humoristas. Talvez até se convençam disso, à custa de tanto lho dizerem.
Pode ser que muitos apreciem o estilo e lhes dêem valor como tal. Not me!
Para mim, grandes humoristas não se encontram assim ao pontapé, num blog qualquer. O talento e o jeito não se equivalem. Eles têm jeito, lá isso têm. Agora, talento genuíno como algumas vezes ( poucas, muito poucas)se descortina num Hermann José ou num José Pedro Feio ( you get it, don´t you?)isso é que ainda não vi. Mas posso estar enganado e pode ser que dali saia alguma coisa a sério e sem ser copiado.
Espero bem que sim.
Por enquanto, o Hermann pode descansar que ainda não é desta que lhe tiram o ceptro.
Apareceu também por lá um tal Ferro que foi dos Parodiantes. Eu lembro-me bem dos Parodiantes do Pastilha e Ventoinha; das vozes de falsete e dos textos aflitivos e indigentes. POrém, na rádio resultava: tinha jingles que ajudavam muito e os falsetes todos escondiam a falta de inspiração. Além disso, passava logo a seguir ao almoço, para quem almoçava cedo e se entretia naqueles minutos pós prandiais a ouvir n´importe quoi.
O Breyner...give me a break! O Solnado...bem, o Solnado é um cómico genuíno. Talvez o único, depois de António Silva e Villaret.
Porém, cómicos do tipo Groucho Marx ou do tipo dos Pythons não temos. E também não importa muito. Têmo-los a eles- que são universais!
O tipo tem talento para escrever- lá isso tem. Tem uma companhia de escrita de textos- lá isso tem. Mas não tem piada nenhuma a falar. Era melhor nem aparecer, porque estraga o efeito cómico dos textos que escreve.
Por outro lado, quano refiro o talento único dos Hermanns, não me cinjo aos textos, muitas vezes fracos e de pouco sentido de humor. Aponto directamente à essência do cómico e que para mim é a capacidade de fazer rir os outros sem dizer palavra. Daí que escusam de me apontar a contradição...
Aliás o futebol nacional não é parco em humor: desde os clubes que acrescentam uns anos à sua história para serem mais antigos que outros, os casos de compadrio, suborno e quejandos (o árbitro que muda de filiação clubística, a casa de meninas bem frequentada, o dinheirito que passa de mão e ninguém diz nada, a viagem que o sr. árbitro se esqueceu de pagar, a ausência de simpatizantes de determinado clube na "classe" dos árbitros, a existência de corrupção provada em tribunal sem haver corruptores acusados, a impossibilidade durante anos de a Polícia ou Magistratura conseguirem provar seja o que for...).
Portugal é um país de humoristas com gente sem entender o que é o humor!
Já no que toca à blogosfera sou mais mãos-largas. O Animal dos Marretas tem um sentido de humor genial e o nosso doninha é completamente louco e capaz de inventar os bordões mais disparatados. Aquela de acrescentar inclusive sem sentido algum quando cumprimentava as pessoas:”então bom-dia a todos, inclusive” ehehe era uma grande anormalidade que me deliciava. Ou o “Não sei do que se trata mas, à partida, estou indignado!” “:O)))
Já o RAP teve, de facto, algumas piadas em debate que foram muito boas e, principalmente, muito inteligentes. Depois, estou de acordo com o José, começaram a levar-se demasiado a sério e também não me encheu as medidas. No entanto, com este anormal do reclame de Millenium vocês nem imaginam como me desmancho a rir. Basta pensar nele para não aguentar. O reclame é uma delícia. Aquele arzinho de anormal, de calças arregaçadas, com olhar de louco taralhoco e no fim o estalido com a boca, o tnhaá! Só por isso o RAP já tem a minha adesão. Aquilo tem mais piada que todo o Pipi, se é que, como se diz, ele é o autor “:O)))
Explicado o enigma?
De qualquer forma nunca fui fã do Pipi. É melhor contado e como ideia do que lido.
se todos como fossem como eu a publicidade morria à fome ":O)))